Condenados mais quatro acusados pelo assassinato de advogado público

Quatro acusados de matar o advogado público Algacir Teixeira de Lima, procurador da cidade de Chopinzinho, no Sudoeste do Paraná, foram condenados nesta terça-feira (5/11) no Tribunal do Júri de Guarapuava. A cidade foi escolhida pelo Tribunal de Justiça a pedido da acusação, que alegou necessidade de se garantir a imparcialidade do processo.

Lima, então com 51 anos, foi assassinado a tiros no dia 16 de março de 2015 ao chegar em casa, diante das filhas. Geovane Baldissera, que foi assessor do ex-prefeito Leomar Bolzani, quebrou o silêncio que vinha mantendo. Ele confessou ter agido a mando do prefeito. Baldissera, conhecido como Pardal, confirmou o envolvimento dos outros três acusados que foram a júri, ratificando o que havia sido descoberto nas investigações policiais.

Nos meses que antecederam o crime, Bolzani e Baldissera eram alvos de investigação do Ministério Público. Ambos sabiam que as denúncias de irregularidades administrativas vinham sendo denunciadas pelo procurador.

Baldissera foi condenado a 20 anos de reclusão. O júri entendeu que a vítima não teve chance de se defender. Além do assessor, o julgamento de ontem condenou o atirador Darci Lopes de Aquino, a 16 anos e 6 meses de reclusão. Dois co-autores, os irmãos João e Jéferson Rosa do Nascimento foram sentenciados, respectivamente, a 15 anos e 10 anos de prisão. Todos já estavam presos. Jeférson, com o período já cumprido passará para o regime semi-aberto.

Casal

Em julho do ano passado, o casal Elvi Haag Ferreira e Nilton Ferreira foi considerado culpado por homicídio qualificado. Cada um deles foi condenado a 15 anos de prisão, também em Guarapuava. De acordo com as investigações, o casal intermediou a contratação de Aquino e de seus comparsas – os irmãos Rosa do Nascimento.

Dos sete acusados, seis já foram a julgamento. Somente o ex-prefeito Leomar Bolzani aguarda em regime de prisão domiciliar a data em que vai a júri popular.

Acusação

“Tivemos mais uma etapa do julgamento do assassinato brutal do colega Algacir Teixeira de Lima. Foi mais uma vitória, principalmente para a família e para a classe. Eu e a doutora Viviane Brisola tivemos a honra de representar os nossos colegas e a nossa instituição no processo. Foi um caso de grande brutalidade contra os direitos e prerrogativas dos advogados. Doutor Algacir, agindo com bravura, integridade e lealdade, protegeu os interesses da sociedade. Creio que a Justiça foi feita. É uma lição para que a gente continue trabalhando, que não nos calemos. Agora é aguardar o último julgamento”, afirmou a advogada Caroline Spader.

“Quero reafirmar o registro do brilhante trabalho das advogadas Caroline Spader e Viviane Brisola, representantes da OAB, e também de Ezequiel Fernandes, que trabalhou na assistência de acusação, contratado pela família da vítima. Reafirmo também nossa luta em defesa das prerrogativas que são, na verdade, a garantia de luta pelo bem comum”, disse o presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, que acompanhou o julgamento.