Sabatinas com candidatos continuam nesta terça. Professor Piva foi o primeiro da noite.

A OAB Paraná dá continuidade nesta terça-feira (18) à série de sabatinas com os candidatos ao governo do Estado do Paraná, iniciada ontem (segunda-feira), com exposições de Ratinho Júnior e Jorge Bernardi. O primeiro a ser sabatinado nesta noite foi o Professor Piva, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), que respondeu a várias questões formuladas pela advocacia.

Paranaense da região de Cianorte, o candidato, que hoje vive e trabalha em Almirante Tamandaré, começou sua apresentação falando de sua atuação política, iniciada nas pastorais da Igreja Católica e depois estendida aos movimentos sociais e sindicais. “O Paraná tem sido ao longo dos anos governado por poucas famílias de setores mais abastados. Represento um segmento que nunca governou, daqueles que sonham e lutam por uma sociedade melhor”, disse. Professor Piva afirmou que sua proposta de governo está centrada no respeito pelo dinheiro e serviço públicos.

Segundo ele, não houve nos últimos governos respeito no trato com a coisa pública e também com a educação. Lembrou dos episódios de confronto entre professores e forças policiais. “O Paraná é conhecido por tratar a educação dessa maneira. Queremos uma educação diferente, emancipadora, uma polícia profissionalizada, para proteger as pessoas. A defensoria pública merecerá maior respeito”, disse.

Questões

– A primeira pergunta dirigida ao candidato foi sobre a sua posição em relação ao  ensino domiciliar (homeschooling), depois que o STF proibiu a prática. Posicionou-se favoravelmente à prática. “Precisamos rever o modelo de escola, que não tem sido acolhedora e prazerosa”, afirmou.

Perguntado sobre a falta de saneamento em 30% dos domicílios do Paraná, defendeu uma parceria nesta área com o governo federal, por considerá-la fundamental para a saúde pública. Comentou que a Sanepar hoje está sob controle de um grupo privado internacional,  que, na sua visão, está mais preocupado com o lucro do que com o bem-estar da população.

Sobre o grande número de presos em delegacias do Paraná, propõe que o governo estadual invista recursos para que a Defensoria Pública funcione plenamente. “É uma necessidade de longa data. O Paraná implantou a defensoria, mas com um pouco de má vontade. Nossa proposta é o seu fortalecimento.”

Para estimular o esporte no Paraná, Piva disse que, caso seja eleito, vai equipar as escolas com estruturas necessárias para a prática esportiva. Uma de suas ideias é que os espaços públicos dos bairros sejam ocupados por profissionais contratados pelo estado, para ensinar esporte aos jovens que estão abandonados nas periferias.

Créditos – Perguntado sobre as medidas que pretende adotar para permitir a utilização de créditos acumulados pelo contribuinte, sobretudo porque na gestão anterior houve uma incompreensível vedação de aproveitamento de créditos, em medida inconstitucional e confiscatória, respondeu que, sendo governador, vai promover uma grande revolução, que é exigir o cumprimento das leis.

A deficitária malha de voos no Paraná foi um dos temas em questão. O candidato disse que, como governador, nada tem a fazer, pois considera que o assunto está nas mãos das próprias companhias aéreas.

Perguntado sobre que propostas acataria do documento “Políticas Estratégicas em apoio ao Desenvolvimento do Paraná”, do Grupo G7, respondeu: “Sou absolutamente invisível para esse grupo.  Não me convidaram para absolutamente nada. Diga ao povo do G7 que assim que eles me convidarem eu vou até lá”.

Abordado sobre o seu projeto para o desenvolvimento da agricultura orgânica, disse que ela terá prioridade total em seu governo, com a  disponibilização de recursos e inteligência das universidades públicas. “Nossas universidades estarão a serviço desses agricultores, para que possam processar o seu produto, agregar valor e gerar emprego. Essa é uma prioridade absoluta”, garantiu.

Entre os temas de interesse da advocacia, posicionou-se favoravelmente à causa da OAB em relação à suspensão da abertura de novos cursos de Direito no país pelo período de 10 anos. Disse inclusive ser favorável ao fechamento de cursos já existentes, que não oferecem qualidade no ensino.

Corrupção

– Ao comentar sobre as denúncias de corrupção envolvendo agentes políticos e a necessidade de reformulação do sistema eleitoral, Piva elogiou o Grupo de Combate ao Crime Organizado – Gaeco. “É uma organização paranaense que me faz sentir orgulho”, disse. Considera que o modelo político brasileiro precisa ser revisto e que isso comece pelas pessoas. “O processo político brasileiro é corrupto, compra-se voto e as pessoas precisam fazer a sua parte”, afirmou.

Sobre as medidas para a segurança pública, defendeu uma polícia profissionalizada, não militarizada, e também propôs mais investimentos em área defasadas, como a polícia técnica. “Precisamos de uma polícia para proteger mais as pessoas  e não o patrimônio de poucos”, declarou.

Nas suas considerações finais, conclamou o eleitor a conhecer em que lado o candidato está. “O eleitor tem dificuldades de interpretar o posicionamento que os candidatos tomam antes da eleição. Eu tenho uma trajetória ligada aos movimentos sociais, que lutam por um mundo melhor para todos, não só para mim e para minha família. Esse é o nosso lado político”, afirmou.

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