Debate sobre o Estatuto da Metrópole diante do Plano Diretor lotou o auditório da OAB Paraná

Referência nacional em Direito Urbanístico, a advogada Daniela Campos Libório abriu na noite de quarta-feira (18) a agenda de palestras da Comissão de Direito Urbanístico da OAB Paraná. A presidente do Instituto Brasileiro Urbanístico falou sobre o Estatuto da Metrópole diante do Plano Diretor, a partir de uma leitura sistêmica da estrutura constitucional trazida para o tema. O debate reuniu advogados, representantes da Cohapar e alunos da UniBrasil, da PUC-PR, e do curso técnico em Meio Ambiente do CEEP Newton Freire Maia.

“O art. 182 da Constituição Federal é um dos mais valiosos que podemos trazer com relação à questão urbanística. Ele deve ser lido e relido, pois de lá vamos tirar toda a noção valorativa que pode haver sobre isso.  Temos um volume de informações incomensurável neste caput: a política de desenvolvimento urbano executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”, destacou Daniela.

Segundo a advogada, “pleno desenvolvimento” não significa crescimento quantitativo – raciocínio equivocado de muitos gestores públicos no entendimento da especialista. “Pleno desenvolvimento não significa aprovar todos os empreendimentos e não significa fazer expansão da sua área urbana. Significa encontrar uma curva ótima nas relações das funções sociais da cidade. E ‘funções sociais da cidade’ também requer um aprofundamento da leitura, qual sejam as funções de morar, trabalhar, circular e divertir, devem estar convergindo entre si, de modo que os habitantes desta cidade possam ter bem estar. Isso é uma mudança de paradigma com relação à ordenação da cidade”, frisou.

Instalada no mês de abril, a comissão da Seccional tem entre os focos principais de atuação o acompanhamento das alterações da legislação urbanística em geral e os processos de elaboração e revisão de planos urbanísticos, além da promoção de debates jurídicos relacionados ao direito urbanístico e à gestão democrática das cidades.  “A comissão de Direito Urbanístico é bastante jovem. Ela tem por objetivo ser mais um canal de comunicação entre a população e as políticas públicas de desenvolvimento urbano”, destacou a presidente da comissão, Thanyelle Galmacci, ao abrir o encontro.

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