A Comissão de Igualdade Racial da OAB Paraná promoveu um debate ontem, segunda-feira (21), em alusão à Semana da Consciência Negra. A comissão convidou advogados, professores, sociólogos, militantes e representantes da sociedade civil organizada com intuito de ouvir críticas, sugestões e o que esperam da OAB no enfrentamento da desigualdade racial no Paraná.
“A OAB não aceita intolerância, seja ela religiosa ou racial e a igualdade racial deve ser vista como princípio constitucional da dignidade da pessoa humana”, disse Silvana Niemczewski, presidente da comissão. “Em Curitiba temos negros sim, por isso é de grande relevância uma discussão com essa temática em nossa classe“ completou.
O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha fez questão de prestigiar o evento, salientando a importância do debate. “A OAB tem papel fundamental por estar debatendo e exigindo políticas públicas para promover a igualdade racial”, afirmou.
A mesa-redonda propôs uma reflexão sobre a importância da igualdade racial à luz do princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, frente à realidade social brasileira. Também estiveram em pauta discussões e afirmações das minorias na última década e a igualdade das raças frente ao crime de racismo.
Marilena Indira Winter, secretária-geral da OAB Paraná, lembrou que vivemos em um país marcado pelo racismo. “Nós vivemos em um país lamentavelmente marcado pela discriminação. É de se lamentar que tenhamos, no século XXI, que reconhecer que nossa luta ainda é muito grande. Não há lei que possa admitir qualquer tipo de desigualdade, seja ela de crença, de sexo ou raça. O grande desafio é, cada vez mais, sermos capazes de difundir essa ideia”, acrescentou.
A vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados, Daniela Ballão Ernlund, deu um depoimento sobre uma situação vivida por sua família na África do Sul e concluiu dizendo que os que não passaram pela dificuldade do racismo têm o dever ainda maior de ajudar na luta contra discriminação.