“Ainda nos resta trilhar um longo caminho, por meio da educação, da divulgação dos problemas que afetam a harmonia dos lares, da conscientização sobre os efeitos das drogas lícitas e ilícitas que servem de combustível para as explosões de violência”, ponderou o presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, ao abrir o evento.
Noronha sustentou que é necessária uma transformação profunda na sociedade para que os crimes contra a mulher cessem. “Ainda ouvimos o som dos tiros. As balas estouram próximas dos nossos ouvidos, nos deixam prostrados. Precisamos trabalhar para que a violência seja banida da nossa rotina, porque ela é hedionda sob todos os aspectos. Alguém pode dizer que é utopia. Pois continuaremos a ser utópicos, enfrentando a violência com as únicas armas que temos: a nossa capacidade de combatê-la em todas as frentes”, disse.
O evento promovido pela Comissão de Estudos de Violência de Gênero da OAB Paraná (CEVIGE) reuniu mulheres em situação de violência, profissionais da advocacia, coletivos de defesa da igualdade de gênero, estudantes de Direito e a sociedade em geral. Os debates foram transmitidos em tempo real pelo Facebook da CEVIGE.
“A lei Maria da Penha é conhecida por 98% da população brasileira e é considerada pela ONU a terceira melhor lei de combate à violência doméstica. Por mais que tenhamos avançado com a redução de 10% na dimensão dos feminicídios, ainda temos índices alarmantes. Atormenta-nos os altos índices de violência contra a mulher e a precária implantação da lei Maria da Penha em todo o Brasil”, afirmou Sandra Lia Barwinski, presidente da CEVIGE.
A audiência pública contou com a presença da secretária-geral da OAB Paraná, Marilena Winter; da representante da ONU Mulheres, Ana Carolina Querino; do procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto, representando o Ministério Público; do Defensor Público Geral Sério Parigot de Souza; da coordenadora de políticas da mulher da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, Terezinha Ramos; da representante da Secretaria da Segurança Pública, Sonia Cozé; da representante da Secretaria Municipal da Mulher, Roseli Isidoro; e outras autoridades.

