Advogados reunidos nesta quinta-feira (6) com o infectologista Alceu Fontana Pacheco Júnior cobraram das instituições médicas respostas sobre a pandemia de gripe A (H1N1). Pacheco é presidente da Sociedade Paranaense de Infectologia e diretor de saúde coletiva da Associação Médica do Paraná. A conversa foi a única parte da programação da Semana da Saúde mantida pela OAB Paraná. Outras atividades foram adiadas como medida de prevenção à gripe.
Segundo o infectologista, as instituições da área médica têm se reunido com autoridades de saúde dos governos estadual e federal para exigir explicações e mudanças em procedimentos de distribuição de medicamentos. Pacheco diz que o protocolo inicial do Ministério da Saúde para liberação de medicamento específico para o tratamento da nova gripe não contempla quem morre mais, que é o grupo de adultos jovens. “O medicamento não existe no comércio”, afirma Pacheco. “Nós, médicos, estamos tolhidos nessa situação.” Ele diz que Associação Médica, a Sociedade de Infectologia e o Conselho de Medicina pedem que todo paciente com quadro conclusivo indicado pelo médico tenha direito ao medicamento.
Questionado sobre a possibilidade de as instituições da área médica manifestarem um posicionamento mais crítico em relação aos procedimentos adotados, Pacheco disse que várias reuniões têm sido realizadas para negociar com o governo. “Estamos negociando no sentido de não causar mais pânico”, afirma. Para o médico, a paralisação irrestrita de todas as atividades não se aplica mais ao caso do Brasil, onde a gripe já atingiu um estágio avançado. “Perdemos a oportunidade de fazer isso, de paralisar tudo.”
Além de responder perguntas dos advogados, Pacheco também apresentou um histórico da gripe e informações sobre sintomas e tratamento. Ele reforça que os sinais mais evidentes da doença são febre alta, tosse e dor muscular. Esses são os sintomas que merecem atenção da população e médicos.
Segundo o infectologista, a suspensão das aulas nas escolas é uma medida acertada porque reduz o impacto da doença sobre o sistema de saúde. Pacheco explica que enquanto um adulto pode transmitir o vírus por sete dias, uma criança infectada tem poder de transmissão por 14 dias. Pacheco diz que, embora medidas de isolamento geral tenham perdido a eficácia por conta do estágio que a gripe atingiu, é sempre recomendável evitar aglomerações.
Advogados cobram respostas das instituições médicas sobre a nova gripe

