Audiência pública com advogados paranaenses encerra oitivas para a Comissão Estadual da Verdade

A OAB Paraná sediou nesta quarta-feira (8) a última audiência pública da Comissão Estadual da Verdade (CEV-PR). O evento foi realizado pela Comissão da Verdade da OAB Paraná, em conjunto com a Comissão da Verdade da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fórum Paranaense de Resgate da Verdade, Memória e Justiça e Grupo de Trabalho pela Verdade do Sindicato dos Jornalistas do Paraná.  Na sessão foram coletados depoimentos dos advogados René Dotti, Eduardo Rocha Virmond, José Carlos Cal Garcia Filho e Wagner Rocha D`Angelis.

O presidente da Comissão da Seccional, advogado Daniel de Oliveira Godoy Junior, abriu os trabalhos. A audiência foi presidida pela desembargadora Maria Aparecida Blanco de Lima, do Tribunal de Justiça do Paraná, e contou com as presenças do ex-procurador-geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto; e dos membros do CEV-PR Ivete Caribé Rocha e Norton Nohama.

A Comissão Estadual da Verdade foi criada em 2013 com o objetivo de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no Paraná durante o período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988 e, também, auxiliar a Comissão Nacional da Verdade na produção do relatório nacional referente ao Paraná.

Depoimentos

O primeiro depoimento foi de José Carlos Cal Garcia Filho. O advogado, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná, falou sobre as perseguições políticas sofridas por seu pai, o advogado José Carlos Cal Garcia, e os reflexos da mudança imposta pelo regime militar na vida da família. O jurista paranaense René Ariel Dotti e o advogado Wagner Rocha D`Angeli, colega de escritório de Eduardo Rocha Virmond, relataram suas experiências como advogados de presos políticos e das lutas pelo Estado Democrático de Direito.

O ex-presidente da OAB Paraná, Eduardo Rocha Virmond, encerrou as oitivas com um relato de sua experiência de militância na advocacia, defesa de presos políticos e o desafio de presidir a Seccional de 1977 a 1979, período em que o país vivia sob o controle de uma ditadura militar. O advogado teve importante atuação na defesa das garantias fundamentais e da democracia. Foi anfitrião da histórica conferência de 1978 que marcou o início da luta institucional pelo fim da ditadura no Brasil.

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