Comissão constata condições desumanas dos presos em cadeia de Paranaguá
Representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná estiveram na manhã desta sexta-feira (19) na Cadeia Pública de Paranaguá, e constataram as condições precárias em que se encontram os presos. Insalubridade, falta de ventilação, disseminação de doenças e a superlotação das celas foram os principais problemas verificados. O resultado da vistoria fará parte de um relatório, a ser entregue pela comissão à presidência da OAB Paraná.
Com 206 presos e capacidade para apenas 27, a Cadeia Pública de Paranaguá foi palco de dois motins no último final de semana. A situação é realmente degradante e desumana. Os presos estão amontoados em cubículos, que com o calor se transformam em verdadeiros fornos, conta a secretária da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná, Isabel Kugler Mendes. De acordo com a advogada, a situação expõe também ao perigo os próprios funcionários da cadeia e a comunidade que vive no entorno.
Durante a vistoria, a comissão presenciou a retirada de 30 presos, que seriam levados num ônibus da Polícia Civil para o Centro de Triagem II, em Piraquara. A comissão foi informada de que na próxima semana mais 16 presos, entre os quais duas mulheres, também serão transferidos para outro local.
Uma das medidas apontadas na delegacia como possível solução seria o aluguel de outro imóvel exclusivo para os setores administrativos da cadeia, deixando todas as salas do prédio atual para acomodar os presos. Dessa forma, o solarium, que hoje é coberto por uma lona e ocupado pelas mulheres detidas, também ficaria liberado para os demais presos. Isabel Mendes disse que a OAB irá cobrar a efetiva adoção de medidas para resolver o problema.
Também participaram da vistoria a presidente da subseção da OAB em Paranaguá, Dora Maria das Neves Schüller, e a advogada Gisele Ricobom, da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná.