De acordo com Maria Lucilda a comissão irá trabalhar em muitas as frentes . “Vamos desde a discussão criminal, já que a grande maioria dos que estão na penitenciária é negra, até questões trabalhistas”, cita.
A comissão, frisam os organizadores, terá o papel de “olhar para fora”, ou seja, levar informação, defender os direitos e buscar a conscientização dos que não a integram, partindo do princípio de que seus integrantes já conhecem bem os problemas decorrentes de preconceitos e oportunidades desiguais.
Oscar do Nascimento, que vê com orgulho o número de advogados negros atuando hoje no país, observa que está no alvo dos trabalhos da comissão o levantamento de quantos advogados negros atuam em Londrina e região. “É um dado importante e que não temos com exatidão”, comenta.
Lembrando que o Brasil avançou, mas que há muito ainda a se fazer para superar as desigualdades entre seus cidadãos, Nascimento observa que cerca de 50% da população do país é negra ou afrodescendente. “Precisamos desenvolver essa população. Ao desenvolvê-la estaremos também desenvolvendo o país. É preciso que as pessoas entendam isso”. O advogado foi homenageado pela OAB Paraná em 2015, durante o seminário “Discriminação e racismo no ambiente de trabalho”, promovido pela Comissão de Igualdade Racial e de Gênero da Seccional. (relembre aqui).
O advogado Tito Valle acrescenta que outra frente a ser trabalhada pela Comissão é a divulgação do Estatuto da Igualdade Racial, que poucas pessoas, inclusive profissionais do Direito, conhecem.