A OAB Paraná vai pedir às autoridades sanitárias e de segurança explicações sobre a morte de um detento do 11.º Distrito Policial de Curitiba, na Cidade Industrial. Leandro Alves Sampaio, de 24 anos, morreu no dia 31 de janeiro, depois de apresentar um quadro de febre, diarréia e vômito. Mais dois presos que estavam na mesma cela foram internados e outros apresentam sintomas semelhantes. Os problemas foram constatados na tarde desta terça-feira (12) por dois integrantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB Paraná Isabel Kugler Mendes e Lauro Antonio Schleder Gonçalves , durante visita para atualização de um relatório sobre a lotação do sistema carcerário.
Segundo a secretária da comissão, Isabel Kugler Mendes, a informação é de que o detento que chegou a ser atendido num posto de saúde e foi liberado em seguida. A delegacia pediu então a remoção do preso para o Complexo Médico Penal, mas a autorização não foi emitida em tempo. O quadro de saúde do detento piorou e ele chegou a ser levado para o Hospital do Trabalhador, mas morreu antes de ser atendido.
A advogada Isabel Mendes diz que as autoridades policiais já informaram o caso à Secretaria de Estado da Saúde e pediram uma junta médica e uma equipe de sanitaristas para avaliar a situação na delegacia. Até agora, não há notícia de que a secretaria tenha feito a avaliação. Os policiais que trabalham na delegacia têm usado máscaras para entrar na carceragem para se proteger de um possível contágio.
O 11.º Distrito Policial tem capacidade para cerca de 48 presos. Na tarde desta terça-feira, estava com 156. Segundo Isabel Mendes, a situação na carceragem é caótica. Desumano é pouco para descrever o que se vê lá dentro, afirma a advogada. Segundo ela, a temperatura nas celas deve passar de 45 graus. Vários presos estão com problemas de pele, água escorre pelas paredes da carceragem e há problemas no sistema de esgoto.
Assim como visitou o 11.º Distrito Policial, a comissão de Direitos Humanos vai realizar vistorias em outras delegacias da região de Curitiba. A intenção é atualizar os dados de um relatório elaborado no ano passado, que apontava a necessidade de medidas urgentes para melhorar as condições de atendimentos dos presos em todo o Paraná.