Debate da OAB-PR esclarece sobre o referendo da venda de armas
A Ordem dos Advogados do Brasil Seção Paraná deu a sua contribuição para o esclarecimento em relação ao referendo popular que decidirá sobre a proibição ou não da venda de armas no Brasil. No debate promovido pela Comissão de Vítimas de Crime da OAB-PR, na última terça-feira (dia 4), no Teatro do Sesc da Esquina, o desembargador João Kopytowski e o advogado Wagner Rocha DAngelis apresentaram seus argumentos em defesa de duas posições distintas.
Partidário do não à proibição da venda de armas, o desembargador João Kopytowski disse que o desarmamento deixará desprotegido o povo honesto e que trabalha, enquanto os bandidos ficarão à vontade para roubar e matar. O desembargador também criticou a realização do referendo, considerando-o caro e desnecessário. Os 600 milhões de reais que serão gastos na realização da consulta popular serviriam para construção de pelo menos 40 presídios, que é o que o país mais precisa, afirmou.
A favor do sim ao desarmamento, o advogado Wagner Rocha DAngelis, professor universitário e presidente do Centro Heleno Fragoso pelos Direitos Humanos, disse que o sentimento de segurança proporcionado pelas armas de fogo é um equívoco. O cidadão comum, mesmo que treinado para atirar, sempre estará em situação de inferioridade diante do criminoso profissional, explicou. Para DAngelis, o desarmamento representa, na verdade, uma postura de luta contra a violência institucionalizada.