Os desafios da nova realidade do exercício da advocacia estiveram em pauta na tarde desta quarta-feira (23) em painel presidido pelo presidente da OAB-SE, Carlos Augusto Monteiro Nascimento. Na ocasião os advogados defenderam a unificação do Processo Eletrônico, que hoje tem cadastrados 40 sistemas diferentes.
Os entraves relacionados à capacitação digital e a mudança cultural em relação ao novo processo foram debatidos em palestra proferida pelo presidente da Comissão Especial de Informática e Estatística da OAB, José Guilherme Carvalho Zagallo. “Muitos advogados ainda resistem e têm retardado a sua capacitação eletrônica por acreditar que o processo ainda vai demorar a se consolidar”, alertou.
De acordo com Zagallo, a expressiva redução do tempo de duração de processos – no TRF 4, por exemplo, o Processo Eletrônico reduziu em mais de 70% o tempo de tramitação dos processos de 1º grau (de 726 dias para 207 dias) e de 2º grau (1.305 dias para 99 dias) – já é indício de que o sistema dará celeridade ao judiciário e justifica sua implantação.
O presidente da Comissão de Relações Internacionais da OAB e ex-presidente da OAB, Cezar Britto, ressaltou que se o Brasil pretende ser econômica e politicamente desenvolvido, é preciso se desenvolver juridicamente. “A conferência reforça o clima de mudança e evolução que é próprio da OAB. Esta sem dúvida é uma das grandes conferências que entra para a história da Ordem”, disse.
“O nosso novo desafio é olhar o nosso país da forma como o mundo está nos vendo hoje. Superar um pouco de nosso complexo de província. A atuação jurídica mudou em vários aspectos. Mudou no que se refere ao processo eletrônico, no que se refere aos requisitos de ingresso na OAB com a unificação do Exame de Ordem, mudou em conceitos e a advocacia deve entender que a sua educação deve ser continuada para estes novos tempos”, sustentou Britto.
Desafios da Advocacia são debatidos na XXI Conferência Nacional

