Desembargador participa de cerimônia de compromisso coletivo

A OAB Paraná concedeu nesta quarta-feira (16) o título de advogado a 101 bacharéis em Direito.O juramento dos novos profissionais marcou a última cerimônia de compromisso coletivo do ano e também da gestão do presidente Alberto de Paula Machado. A reunião teve como convidado o desembargador do quinto constitucional do Tribunal de Justiça Antonio Cunha Ribas, que participou das saudações aos novos advogados e entregou a carteira profissional ao amigo, Francisco Antonio Straiotto (foto). “É uma satisfação muito grande participar da entrega dessas carteiras e poder retornar à OAB, que é minha eterna casa. A Ordem que esses advogados passam a integrar hoje é uma OAB que materializa sonhos e ideais, graças à sua perpétua luta pelo Estado Democrático de Direito no sentido de possibilitar ao advogado um exercício profissional mais amplo”, disse o magistrado.
A amplitude do exercício da advocacia também foi lembrada pelo compromissando Paulo Cezar da Silva, que fez o discurso aos novos advogados. “Nós sabemos que o advogado é indispensável para a administração da Justiça e poder participar desse processo é muito gratificante. A esperança nessa nova fase é contribuir para melhorar a vida dos cidadãos. É uma alegria ver o cliente satisfeito, com o processo resolvido”, comentou o advogado.
Na saudação aos novos profissionais, o conselheiro estadual Sandro Gilbert Martins, além ressaltar a importância do advogado em todos os segmentos da sociedade, deixou orientações aos compromissandos sobre o exercício da advocacia. Confira a íntegra do discurso:

Caros familiares e convidados aqui presentes
Meus novos colegas advogados

Tenho por missão saudá-los.
A tarefa, embora simples, é digna de responsabilidade.
Procurarei ser breve, mas espero que minhas palavras marquem essa nova etapa da vida dos senhores.

Acredito que todos lembrem daquele filme “O advogado do diabo”, estrelado por Al Pacino e Keanu Reeves.
Sim? Ótimo!
A partir dele podemos tirar duas conclusões.
A primeira delas é a de que o filme comprova o nosso mandamento constitucional (art. 133), de que o advogado é indispensável à administração da justiça. De fato, quando perguntado ao diabo: “mas por que advogado?” Ele respondeu algo como: “Porque o advogado se faz presente em todos os segmentos da sociedade.”
Esta conclusão, embora permita concluir que tem muita gente para pagar nossos honorários, importa reconhecer que o serviço que prestamos se faz importante para muitos que dependem dele. E, por isso mesmo, é preciso ser consciente de que a advocacia exige uma constante dedicação e comprometimento para com o próximo.
A segunda conclusão é a de que nosso ofício, se mal utilizado, poderá conduzir a resultados bastante desastrosos. Em suma, os senhores não podem ceder “ao lado negro da força”.

Diante dessa última conclusão, me lembro das palavras do advogado mais célebre de nosso país, Rui Barbosa. Em sua “oração dos moços”, escrito que fez quando dos seus 50 anos como advogado. Ele asseverou: “Não há justiça, onde não haja Deus.”
Ao refletir sobre isso, me deparei com a seguinte idéia: se realmente for verdade o que muitos dizem – que a “justiça” é divina –, nós, advogados, entre os homens, temos a nobre função de tentar proporcionar a “justiça humana”.
Percebam, então, a grandeza da profissão que ora abraçam.
Me encaminho para o final e o farei fazendo três conselhos que fiz aos meus afilhados da turma de Direito da Faculdade Curitiba (UNICURITIBA).
O primeiro deles é o seguinte: não sejam escravos da carreira ou do dinheiro. Desempenhem a função que escolheram com amor e dedicação, compromissados, apenas, em perseguir o melhor. A experiência tem demonstrado que quem só pensa no dinheiro ou na carreira geralmente não os conquista.
O segundo conselho que lhes dou é: vivam…lutem…trabalhem…
O nosso Presidente em seu discurso de posse disse que dos versos do hino nacional ele preferia aquele que diz “Verás que um filho teu não foge à luta” ao invés de “Deitado eternamente em berço esplêndido”. De fato, é preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. Cada um de vós tem uma história para ser escrita e, certamente, ela não será construída sem esforço, sem tentativas e erros, sem dúvidas e possibilidades. Não se deixem seduzir pelas facilidades, não sejam meros espectadores do cotidiano e da vida alheia. De nada adianta ser inteligente e acomodado, aquele que fica contando tudo que faria, se fizesse alguma coisa.
O terceiro e último conselho é mais um lembrete: não esqueçam que os senhores não são sozinhos no mundo. A liberdade que desfrutam deve ser temperada pela solidariedade com o próximo.  As conquistas são frutos da batalha. O sucesso, pois, é uma conseqüência natural de querer fazer bem feito dentro das oportunidades criadas.
Mas nada disso valerá à pena se não tiverem com quem compartilhar a alegria das vitórias alcançadas.
Desejo a todos “vida longa e próspera”!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Accessibility Menu
Digital Accessibility by \ versão