As entidades de classe, associações e federações comerciais e empresariais, sindicatos, centrais sindicais, ONGs e outras instituições que apoiam o movimento O Paraná que Queremos estão se mobilizando para o ato público contra a corrupção e a impunidade marcado para a próxima terça-feira (08), a partir das 18h, na Boca Maldita. A OAB Paraná deu início à campanha após a divulgação dos escândalos na Assembleia Legislativa. As entidades defendem o afastamento da mesa diretora da Assembleia como forma de garantir a livre apuração das denúncias.
O diretor de mobilização da Força Sindical, Nelson Silva de Souza, diz que as lideranças sindicais estão convocando os trabalhadores para participar da manifestação e levar a campanha para as suas comunidades. A divulgação do ato público está sendo feita nas portas de fábricas e nas assembleias, onde também estão sendo colhidas assinaturas para o manifesto. O abaixo-assinado é o mesmo que está disponível eletronicamente no site www.novoparana.com.br. “O movimento está ganhando corpo. Acreditamos que haverá uma grande participação da sociedade neste ato público, que deverá se transformar num momento histórico em que a sociedade se levanta contra toda essa situação de corrupção no país”, diz o dirigente.
O presidente do Sindicato dos Contabilistas de Curitiba, Narciso Doro Júnior, afirma que toda a classe está sendo chamada para o ato público, pois é a forma de demonstrar a indignação dos paranaenses. “Nossa expectativa é que essa manifestação abra um novo horizonte de transparência não só no Legislativo, mas em todos os níveis da administração pública”, disse. Narciso Doro propõe que a classe dos contabilistas colabore mais diretamente na moralização da Assembleia Legislativa, disponibilizando o seu conhecimento técnico. “Tendo acesso aos dados, os contadores teriam condições de fazer uma análise mais apurada da situação fiscal, patrimonial e econômica daquela casa”, diz.
Segundo o presidente da União Paranaense dos Estudantes, Paulo Moreira da Rosa Júnior, as lideranças acadêmicas estão sendo orientadas a percorrer as salas de aula e utilizar todas as ferramentas disponíveis, como as redes sociais, para motivar os colegas a participar do ato público. “Esse é um movimento importantíssimo. Temos certeza que a classe estudantil vai colaborar nessa mobilização”, afirmou.
Os professores também estão engajados na campanha. “Queremos ver apuradas todas as denúncias e o retorno para os cofres públicos dos recursos desviados. Não aceitamos que esses recursos tenham deixado de servir à sociedade”, destacou a presidente da APP-Sindicato dos Professores do Paraná, Marlei Fernandes de Carvalho.
Os escândalos na Assembleia Legislativa revelaram a existência de atos secretos, funcionários fantasmas e um número excessivo de cargos comissionados. O montante já comprovado de recursos públicos desviados pelo esquema chega a R$ 26 milhões, segundo levantamento do Ministério Público. Como parte da campanha, a OAB mantém o abaixo-assinado eletrônico, que hoje conta com 291 entidades, 485 empresas e 11.945 pessoas signatárias.
Foto: Boca Maldita, no Calçadão da Rua XV de Novembro, em Curitiba. (Foto: César Brustolin/SMCS)

