Eduardo Virmond recebe da OAB a Medalha Vieira Neto

O advogado Eduardo Rocha Virmond recebeu na noite desta sexta-feira (11) a Medalha Vieira Neto, honraria máxima concedida pela OAB Paraná aos profissionais que tenham prestado relevantes serviços à Justiça, ao Direito e à classe dos advogados. A homenagem foi prestada em sessão solene do Conselho Seccional, no saguão do auditório da OAB.
Para o vice-presidente da OAB Paraná, Renato Kanayama, dificilmente se repetirá na história uma afinidade tão grande entre um advogado e a Ordem dos Advogados do Brasil. “Uma biografia incomum por transcender a própria e confundir-se com a da Ordem”, disse Kanayama, que fez a saudação ao homenageado.
Num discurso bem-humorado, Virmond lembrou diversos fatos de sua carreira, desde a mocidade, a passagem pela imprensa, a Faculdade de Direito e o trabalho no escritório de Vieira Neto, nome da medalha entregue pela OAB. A luta contra a ditadura militar e pela redemocratização do país tiveram espaço marcante na vida do advogado. Admirador de todas as artes, Virmond falou de poesia e do papel que a cultura tem na sua vida. “É melhor estar enriquecido com a vida exuberante que nos é oferecida pela natureza, pelo convívio com os vivos e com os nossos mortos que povoam a nossa bela lembrança”, disse Virmond. “Vamos em frente, vamos continuar a faina, a luta, para que transformemos o trabalho e o amor em prazer de todo dia. Ao presidente e aos advogados e a todos, os agradecimentos e os cumprimentos deste remanescente do mundo dos vivos.”
O presidente da OAB Paraná, Alberto de Paula Machado, encerrou a solenidade lembrando o discurso de Virmond durante a 7.ª Conferência Nacional dos Advogados, realizada em Curitiba em 1978. “Nenhum fato histórico ocorre sem a ação de muitas pessoas”, disse. “O destemor de pessoas como o Dr. Virmond foi decisivo para que alcançássemos este momento de plenitude democrática, em que qualquer um pode expressar suas opiniões.”
História
Eduardo Rocha Virmond foi presidente da OAB Paraná de 1977 a 1979, período em que o país vivia sob o controle da ditadura militar. Enquanto esteve na presidência da Seccional, Virmond coordenou a VII Conferência Nacional da OAB (1978), que teve como tema central o Estado de Direito. Com o Teatro Guaíra lotado por 3 mil pessoas, Virmond leu o seu discurso de abertura, seguido pelo presidente nacional da OAB, Raimundo Faoro. O evento tornou-se um marco da resistência contra o regime militar e deu início à mobilização nacional que culminou com anistia e, mais tarde, com o restabelecimento das eleições diretas no país. Foi presidente do Instituto dos Advogados do Paraná e secretário de estado da Cultura e da Justiça.

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