A qualidade da educação jurídica no país foi tema de painel nesta terça-feira (22), terceiro dia da Conferência. Foram abordados temas como formação do bacharel, métodos e formas de ensino, a relação entre prática profissional e realidade dos cursos jurídicos, e habilidades e competências necessárias ao profissional.
Foi unânime a preocupação dos palestrantes com o baixo nível de formação dos bacharéis, tanto pelo grande número de cursos de Direito criados no país como pela possibilidade de se criarem cursos a distância.
O advogado e professor piauiense Eduardo Albuquerque Diniz disse que houve grande preocupação com a abertura de novos cursos, sem que fosse dada a devida importância à qualidade. Afirmou ainda que falta comprometimento por parte de alguns docentes, um dos fatores preponderantes para a má formação dos discentes. “Os reflexos podem ser verificados no desempenho desses acadêmicos no Exame de Ordem”, completou.
Os debatedores enfatizaram a necessidade de se intensificar o ensino jurídico através da pesquisa, para favorecer o aproveitamento acadêmico bem como a autonomia intelectual do aluno.
Segundo os participantes do painel, este é um dos fatores que demonstram a impossibilidade de se pensar em ensino de direito a distância, tendo em vista que para a aprendizagem do Direito é necessária troca de informações entre alunos e professores.
Adilson Gurgel de Castro, da UFRN definiu quem se forma em Direito: “o bacharel em Direito, na sua formação, deve desenvolver habilidades e competências, sendo ético, holístico e multidisciplinar para que possa ser um agente transformador da realidade em que vivemos.”

