Ramo do Direito consolidado no exterior, a Advocacia Consultiva vem ganhando espaço à medida que se cria no país uma cultura de prevenção de litígios. “O advogado consultor presta serviços auxiliando o seu cliente a tomar decisões e a desenvolver comportamentos de acordo com o sistema jurídico aplicável, modificando determinado fato que poderia acontecer caso não houvesse a sua intervenção. O advogado exerce a Justiça ao orientar o cliente a agir de acordo com a norma aplicável, evitando ou resolvendo conflitos, destacando a conduta moral e ética de todos os envolvidos”, explicou Daniela Ballão.
“No exterior já existe uma cultura própria de prevenção de litígios e para isso os clientes procuram o advogado especializado neste assunto. No Brasil, vemos esta procura principalmente em grandes empresas, mas já é possível visualizar pequenos negócios que procuram este serviço para fomentar o crescimento e evitar prejuízos futuros”, explicou a advogada.
A concorrência ilegal exercida por pessoas não habilitadas foi apontada pela jurista como um dos principais problemas de quem atua na área de consultoria. “É muito comum recebermos na Câmara de Seleção da OAB Paraná processos de bacharéis em Direito exercendo a atividade de consultoria, assinando pareceres como consultores, sem a inscrição na Ordem”, explicou Daniela, que também integra a Câmara de Seleção da OAB Paraná.
Direito da Energia Elétrica – A atuação do advogado e os aspectos jurídicos dos segmentos de geração, comercialização, transmissão, distribuição e consumo da energia elétrica deram o tom da palestra do advogado Fabiano Assad Guimarães. “A área está presente no país desde 1995. Antes disso não havia um mercado para isso, por isso, trata-se de uma área realmente nova no Direito”, explicou.
De acordo com Guimarães é muito importante que o advogado que queira atuar na área tenha um conhecimento aprofundado de energia elétrica. “A legislação desta área é bastante técnica, relacionada a questões físicas que nós advogados muitas vezes não entendemos. Há campo para a advocacia nos diversos ramos do setor de energia elétrica: geração, transmissão, distribuição, comercialização e consumo”, esclareceu.
“O produto energia elétrica é o principal insumo das indústrias e o seu valor é determinante para a escolha de um país ou de outro na fixação de indústrias. O Brasil tem 70% do seu parque gerador movido a hidro energia. Até 1995 praticamente todo o parque gerador, transmissor e distribuidor do país pertencia ao poder público. A partir de 1995 tivemos alterações estruturais que alteraram o modelo de estado brasileiro de um Estado burocrático para um Estado gerencial, copiando o modelo norte americano que é baseado em agências nacionais. O mercado da aquisição da energia e o consumidor livre é uma área que tem muito a ser explorada”, argumentou Guimarães.
Gestão – O especialista em gestão e marketing jurídico, Alexandre Teixeira, falou sobre estratégias de comunicação, marketing eletrônico jurídico em consonância com o Código de Ética da OAB, pesquisa de mercado, plataformas digitais e a utilização da internet para obter resultados para a advocacia. “O marketing jurídico é a soma da gestão estratégica do escritório de advocacia com ferramentas específicas de comunicação para a advocacia, tudo de acordo com o Código de Ética da OAB. Então a ideia é posicionar e gerar valor à marca do escritório”, explicou Teixeira.
“Muitos advogados se perguntam como se diferenciar no mercado. É preciso pensar em estratégias de marketing, em como valorizar o meu produto. Não estou falando em propaganda, mas em estratégias de comunicação e relacionamento. Quando falamos de marketing jurídico, temos que pensar nesta premissa: o mais importante é valorizar a reputação da marca. A forma e o conteúdo dentro do Código de Ética são fundamentais”, argumentou Alexandre Teixeira, que possui mais de 20 anos de experiência na área de marketing e gestão.
A advogada Lara Selem, consultora em planejamento estratégico, composição societária e gestão de pessoas, lançou uma reflexão sobre planos de carreira, destacando a importância da confiança, lealdade, liderança e planejamento na estrutura do escritório.
“O plano de carreira é um instrumento vivo, que sofre modificações de tempos em tempos. É preciso ser atrelado à realidade da minha estrutura. Após uma análise dos seus objetivos é necessário traçar metas: quantas pessoas eu quero contratar no próximo ano? Em que áreas eu tenho a intenção de atuar? Quem é o meu cliente? Qual a realidade do meu escritório hoje?”, argumentou Lara Salem.