OAB Paraná cumpre desagravo em favor do advogado Carlos Adelson Diniz

A OAB Paraná cumpriu um ato de desagravo nesta quinta-feira (25) em favor do advogado Carlos Adelson Diniz. O profissional teve as prerrogativas profissionais violadas ao ser impedido de comunicar-se com seus clientes por um tenente lotado no 19º Batalhão da Polícia Militar, do município de Terra Roxa.

O advogado foi acionado na madrugada de 5 de setembro de 2019 para atender quatro clientes que estariam presos naquele Batalhão da Polícia Militar. Apesar de ter se identificado, foi impedido de falar com seus constituintes pelo tenente, que ainda determinou que o advogado saísse do destacamento. Ainda no exercício da advocacia, Diniz teve um fuzil apontado para ele.

Confira a íntegra da Nota de Desagravo

O ato de desagravo foi conduzido pelo presidente da OAB Paraná, Cássio Telles. “Quando fazemos um desagravo estamos mostrando que a advocacia é unida na defesa das prerrogativas,  porque elas é que permitem a defesa altiva, plena e independente do cidadão.  Sem respeito às prerrogativas não há advocacia,  e sem advocacia não há cidadania”, sustentou.

“A autoridade agravante também se fez presente e usou da palavra dizendo que entendia a manifestação e que o trabalho da polícia na região sempre é feito com dedicação sendo reconhecido pela população e também por muitos advogados. Ele frisou que o fato serve para a construção de um diálogo maior entre as classes”, destacou Telles.

Respeito e dignidade

O advogado desagravado agradeceu o apoio de todos advogados presentes no ato público. “Colegas de profissão, temos que mostrar que todos somos iguais e que devemos ser tratados com respeito e dignidade, cada um em sua função. Sei que fato igual ao meu que gerou o desagravo já aconteceu com outros colegas. Fui impedido de exercer minha função como advogado, sob a mira de um fuzil”, disse Carlos Adelson Diniz.

“Não podemos mais ser silenciados ou destratados em locais públicos e por pessoas que exercem cargos e funções públicas, por isso peço aos colegas que, quando se sentirem ofendidos, levem a situação ao setor de prerrogativa da nossa OAB Paraná. Assim poderemos nos defender e lutar para que, em breve, atos de desagravo, não sejam mais necessários. Quando um advogado tem sua prerrogativa violada, essa violação se estende a todos os demais. Da mesma forma, a resposta a esta violação também não vem de uma voz só, vem pelo um coral de vozes de advogados que buscam respeito as suas prerrogativas”, frisou Diniz.

Também estiveram presentes no ato o secretário-geral da OAB Paraná, Rodrigo Rios, presidente da Câmara de Defesa das Prerrogativas Profissionais; o diretor de Prerrogativas Alexandre Salomão; e os presidentes  da OAB Guaíra, Jean Neri; da OAB Palotina, Evandro Moraes; da OAB Assis Chateaubriand,  João José Meneses Bulhões Ferro; da OAB Marechal Cândido Rondon,  Anair Scripchenco Gales; da OAB Iporã, Luiz Guilherme de Souza Lima; e da OAB Cascavel, Jurandir Parzianello.

“O ato do desagravo não só confirma as prerrogativas do advogado, como também defende os direitos individuais e coletivos da sociedade”, concluiu o presidente da OAB Guaíra, Jean Neri.