OAB Paraná cumpriu desagravo à advogada Ana Claudia Iedowski

 

A OAB Paraná cumpriu desagravo público nesta sexta-feira (11), durante sessão do Conselho Pleno, em favor da advogada Ana Claudia Iedowski, que sofreu constrangimentos no exercício da profissão pela atuação de integrantes do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado do Paraná (BOPE) e de policial militar lotada no 8º Distrito Policial de Curitiba. A advogada, na ocasião grávida de sete meses, foi presa por desobediência e desacato ao se recusar a assinar um termo de busca e apreensão, por não estar presente desde o início da ação policial na casa do cliente. Ana Cláudia foi encaminhada à Delegacia de Polícia, onde permaneceu por seis horas. 

Na nota de desagravo, lida pelo presidente da Câmara de Direitos e Prerrogativas, Alexandre Quadros, a Ordem manifesta a solidariedade da classe à advogada ofendida, repele qualquer tentativa de autoridade que implique em tratamento incompatível à dignidade da advocacia, repudia a tentativa das autoridades de humilhar a advogada perante a comunidade jurídica em que atua e perante seus pares, ou exercer abuso de poder para desmoralizá-la perante cliente. “A Seccional  reafirma que prosseguirá intransigente na defesa da classe, pugnando pelo respeito e pela valorização dos profissionais da advocacia paranaense”, disse Quadros.

“Sinto-me orgulhosa de ser advogada. O que eu passei foi constrangedor. Uma atitude incompatível com os princípios da dignidade da pessoa humana. Agradeço imensamente o apoio. Não ficarei inerte a qualquer tipo de abuso de qualquer autoridade”, afirmou Ana Claudia Iedowski.

Por proposição do conselheiro federal Cássio Telles, a Procuradoria da OAB Paraná adotará as medidas criminais cabíveis contra os responsáveis pelo abuso. A Seccional também encaminhará, por sugestão do conselheiro federal Renato Andrade, cópia integral dos autos de desagravo ao secretário de Estado da Segurança Pública e ao corregedor-geral da Polícia Militar do Paraná, para que tomem as providências do ponto de vista administrativo contra as autoridades que abusaram do poder.

“O abuso de autoridade é flagrante neste caso”, afirmou Cássio Telles. “Após a intervenção da Procuradoria da OAB Paraná junto ao delegado da repartição onde Ana Cláudia se encontrava, já tarde da noite, ela foi liberada com a constatação por parte do delegado de polícia de que não havia nenhum crime praticado pela colega”, frisou.

A vice-presidente da CAA-PR, Daniela Ballão Ernlund, que na época presidia a Comissão da Mulher Advogada, também manifestou a sua solidariedade à advogada pela humilhação sofrida e lamentou que o fato de estar grávida também tenha sido alvo do destrato cometido pelas autoridades policiais. “Não podemos aceitar este tipo de comportamento”, afirmou.

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