O presidente da OAB Paraná, José Lúcio Glomb, manifestou na manhã desta quarta-feira (13) profundo pesar pela morte da médica sanitarista e fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Ela morreu em Porto Príncipe, no terremoto que atingiu o Haiti na terça-feira (12) e provocou devastação no país. “É uma perda enorme para a sociedade paranaense, brasileira e do mundo todo”, afirma Glomb. “O trabalho de Zilda Arns tem um grande significado na história de defesa dos direitos das crianças e das famílias carentes brasileiras. Ela deixa um legado como poucos conseguirão deixar. E nós, do Paraná em especial, sentiremos muito a sua falta”.
Zilda Arns estava em uma missão humanitária no Haiti e participaria de uma conferência religiosa nesta semana. Segundo informações da família, ela estava em Porto Príncipe, em uma igreja para das uma palestra, quando o terremoto teve início. Coordenadora internacional e fundadora da Pastoral da Criança, a médica pediatra era natural de Forquilhinha (SC). Ela foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz três vezes seguidas e recebeu 19 prêmios entre 1988 e 2002. Ela recebeu menção especial da Unicef-Brasil, como personalidade de destaque em prol da saúde da criança; o Prêmio Internacional da Organização Pan-Americana de Saúde, em Administração Sanitária; e o título de Heroína da Saúde Pública das Américas, em 2002.
A Pastoral da Criança surgiu de um debate em Genebra, Suíça, em 1982, do qual participava o Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. A discussão era a miséria em que vivem vários povos e o alto índice de mortalidade infantil. Ao retornar ao Brasil, dom Evaristo procurou sua irmã, a pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, com a ideia de levar a Igreja Católica a assumir seu papel na luta em favor da vida. Em 1983 nascia a Pastoral da Criança, em Florestópolis (PR), projeto apoiado pela Unicef presente hoje em 27 estados do país.
Foto: Divulgação/Marcelo Casal Jr – Arquivo Agência Brasil

