OAB Paraná lança campanha sobre direitos dos migrantes e refugiados

A OAB Paraná e a ONG Casa Latino-Americana lançaram na quinta-feira à noite a campanha “Somos todos migrantes”, com o objetivo de sensibilizar a sociedade paranaense sobre a situação de vulnerabilidade social dos imigrantes e pressionar as autoridades públicas para que implementem políticas públicas migratórias. O lançamento aconteceu durante um evento na sede da OAB Paraná, com a participação de representantes de diversas instituições, órgãos governamentais, movimentos sociais e sindicatos, além de representantes de grupos de imigrantes.

Segundo a presidente da Comissão de Direitos dos Refugiados e Migrantes da OAB Paraná, Nádia Floriani, há uma estimativa de que existem no Paraná aproximadamente 50 mil imigrantes de diversas etnias, sendo que perto de 19 mil estão em Curitiba e 10 mil em Foz do Iguaçu. A maioria  é formada por africanos, vindos da Nigéria, do Congo e de Guiné Bissau, sírios e latino-americanos não brasileiros, especialmente haitianos.

“Essa pessoas recebem o visto humanitário por parte do governo, mas não recebem mais nenhum tipo de apoio. Elas têm encontrado muitas dificuldades no dia a dia e têm sofrido muito. Não falam o idioma e sofrem preconceitos”, explica a presidente da Comissão. A campanha prevê a realização de diversas atividades, nos próximos seis meses, relacionadas à inclusão social dos novos migrantes e o respeito à diversidade cultural, religiosa, racial e de gênero. “Queremos conscientizar a sociedade, mostrando que o imigrante não vem para tirar o emprego dos brasileiros. Pelo contrário, ele vem enriquecer a cultura e contribuir para o desenvolvimento do país”, afirma Nádia Floriani. 

O movimento de migração é mundial e se intensificou com a globalização e o neoliberalismo. A principal característica desse fenômeno, de acordo com a presidente da Comissão, é que se trata de uma migração forçada. No caso do Haiti, como decorrência das condições de sobrevivência  depois do grande terremoto que devastou o país em 2010. No caso dos demais países, em função das guerras civis, perseguições políticas e religiosas.

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