Com mais de 2.500 inscritos, a OAB Paraná, por meio da Escola Superior da Advocacia (ESA-PR), deu início nesta segunda-feira (13) ao curso “Inteligência Artificial Generativa Aplicada ao Direito”, realizado em parceria com Trybe, com o Jusbrasil e o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS Rio). A formação é voltada à capacitação da advocacia diante dos desafios e oportunidades trazidos pelas novas tecnologias. O início das atividades foi marcado pela aula inaugural do coordenador da Escola de Tecnologia da ESA-PR, Rhodrigo Deda.
A vice-presidente da OAB Paraná, Graciela Marins, a diretora-geral da ESA-PR, Maíra Fonseca, fizeram a abertura institucional do evento. Elas destacaram a relevância do tema para a advocacia contemporânea, reforçando o compromisso da instituição com a inovação e a formação continuada.
Transformação
“Estamos em um tempo em que Direito e tecnologia não apenas dialogam, mas se transformam mutuamente. A inteligência artificial generativa deixou de ser uma promessa para o futuro — já é uma realidade nos tribunais, nos escritórios e nas universidades”, afirmou Graciela. Segundo ela, mais do que uma tendência, a advocacia está diante de uma transformação estrutural no modo de exercer o Direito. “Adotar a tecnologia não é abdicar da ética e da aproximação humana. O raciocínio jurídico, a prudência e a empatia permanecem insubstituíveis. A tecnologia pode acelerar a escrita e a pesquisa, mas não substitui o juízo de valor nem a defesa dos direitos fundamentais”, pontuou.
A diretora da ESA-PR, Maíra Fonseca, ressaltou que a abordagem da inteligência artificial como tema prioritário é uma diretriz da atual gestão da seccional. “Nosso estatuto nos impõe o dever de pugnar pelo aperfeiçoamento da cultura. E isso inclui promover o uso consciente da tecnologia como aliada”, afirmou, agradecendo ao presidente Luiz Fernando Pereira e à vice-presidente Graciela Marins pelo apoio irrestrito à pauta.
Maíra também destacou os esforços da ESA-PR na oferta de cursos voltados ao tema e destacou o sucesso das Caravanas Tech, que percorreram já em 2025, presencialmente, as oito regionais do estado para levar formação sobre tecnologia aplicada ao Direito.
Conversa
A programação inaugural contou com uma mesa de conversa moderada por Matheus Ganem, CEO da Trybe, com a participação de João Victor Archegas, representante do ITS Rio, e Pedro Colombini, gerente de Relações Institucionais do Jusbrasil, além dos representantes da OAB Paraná.
“A grande questão deixou de ser “se” a IA generativa será utilizada pela advocacia, para “como” ela será utilizada”, afirmou Matheus Ganem, reforçando que o objetivo do curso é provocar reflexões e oferecer caminhos práticos para o uso responsável da tecnologia, sempre em consonância com as prerrogativas da advocacia João Victor Archegas pontuou que o uso da inteligência artificial no cotidiano jurídico não exige conhecimento técnico aprofundado, mas sim o desenvolvimento de uma compreensão crítica e prática sobre suas funcionalidades. Pedro Colombini destacou que, no Jusbrasil, as ferramentas com IA são pensadas especificamente para as necessidades da atividade jurídica. Segundo ele, 79% das pessoas que ainda não utilizam IA generativa apontam a falta de capacitação como o principal motivo.
Aula inagural
Advogado e doutor em engenharia de software, Deda trouxe um contexto do uso da IA na prática jurídica. “O impacto da IA generativa ocorre no direito material, no direito processual, nas relações jurídicas. Hoje já vamos nos deparar com a relação dos nossos clientes com IA. Precisamos orientá-los sobre a maneira mais acertada de fazer essa utilização, de acordo com as leis”, sintetizou.
O palestrante também apontou diversas opções de plataformas de inteligência artificial, tanto as mais genéricas quanto as voltadas para o direito. Ele também trouxe sugestões de prompts (comando).
As demais aulas do curso, com diversos especialistas em IA, serão disponibilizadas on-line.
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