Paraná aguarda instalação de 60 varas desde 2003

Os diversos problemas da justiça estadual, já conhecidos pelos advogados paranaenses, foram apresentados formalmente ao corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, durante a audiência pública realizada quinta-feira (12) no Tribunal de Justiça do Paraná. O presidente da OAB Paraná, Alberto de Paula Machado, lembrou que Curitiba tem apenas quatro varas de família, número insuficiente para atender a demanda e defendeu o controle das atividades dos cartórios. Confira a matéria publicada pelo jornal Folha de Londrina:

Paraná aguarda instalação de 60 varas desde 2003
O presidente do TJ, Carlos Hoffman, admitiu que a falta de varas prejudica julgamentos, mas alega orçamento insuficiente

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná, Carlos Hoffmann, admitiu ontem que um dos problemas relacionados à demora no julgamento dos processos é a falta de varas suficientes. Mas, uma lei aprovada em 2003, criou cerca de 100 novas varas no Paraná. Do total, cerca de 40 foram instaladas até agora. A necessidade de novas varas foi abordada ontem durante a audiência pública em Curitiba pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para detectar os problemas do TJ. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná, Alberto de Paula Machado, foi um dos que cobrou uma solução: ”São apenas quatro varas da família em Curitiba. Precisamos vencer o desafio de instalar logo todas as varas”.

”Existem muitas reclamações no tocante ao andamento dos processos. Não podemos negar. Mas dependemos, para o preenchimento das varas, sobretudo de um apoio financeiro e também de pessoal. Um concurso já foi feito e vamos fazer as nomeações até o final do ano”, prometeu Hoffmann. ”Para que se instale uma vara, para que se nomeie um servidor, é preciso ter recurso. E o nosso orçamento ainda não é suficiente para atender todas as demandas. Diante da crise econômica mundial que se instalou, nosso orçamento foi diminuído em R$ 42 milhões. É uma perda significativa.”

O presidente da OAB também criticou a demora para o início do processo de estatização dos cartórios e defendeu o controle das atividades dos cartorários. ”É inaceitável que cada cartório dite suas regras”, afirmou. O corregedor do CNJ, ministro Gilson Dipp, também falou sobre o assunto com a imprensa: ”O Paraná talvez seja o Estado que mais tem cartórios judiciais privatizados. E nós sabemos que tem cartorários que são eficientes, vinculados a boas práticas, que investem em seus cartórios. Mas tem aqueles que só são ‘donos de cartórios’, que prestam um serviço precário e pagam muito mal aos seus funcionários”.

A falta de isonomia no tratamento dos titulares de cartórios judiciais foi uma crítica comum ao TJ durante a audiência. A advogada Eloisa Rivani arrancou aplausos da plateia ao afirmar que no Paraná os concursos públicos do TJ já têm lista de aprovados antes mesmo da realização das provas. ”A situação é grave. Há problemas antigos e endêmicos no tribunal e a gente vê que quando se diz que estão tomando providência é mero discurso”, criticou. ”O que queremos é um concurso limpo com fiscalização externa.”

O presidente do TJ criticou ainda o que ele classificou de denúncias ”pessoais, de cunho gratuito e inconsequentes” feitas por participantes do evento: ”Temos empreendido ações para a melhoria do trabalho, mas com notórias dificuldades orçamentárias agravadas pela crise”.

Fonte: Folha de Londrina

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