A ética na atuação profissional e a transparência na gestão do dinheiro público foram a tônica dos discursos na posse da advogada Rogéria Fagundes Dotti como presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, em substituição a José Lucio Glomb, atual presidente da OAB Paraná. Em seu discurso, aplaudido pelas mais de 200 pessoas que compareceram à cerimônia, na noite de terça-feira (23), no Graciosa Country Club, Rogéria Dotti disse que é preciso acreditar na ética, apesar das constantes denúncias de abusos na gestão pública.
“Em dias em que os meios de comunicação social noticiam, com manchetes, a corrupção e o desvio de dinheiro público, é realmente preciso sonhar. Sonhar com um país melhor, com instituições fortes, com homens íntegros. Os sonhos, aliás, constituem o caminho para que possamos acreditar. Acreditar que nosso trabalho não é frustrante, que a ética deve prevalecer e que muito ainda se pode fazer para aprimorar não só a ciência do Direito, mas o dia-a-dia dos operadores do mundo jurídico”, afirmou.
Primeira mulher a exercer a presidência do IAP, Rogéria Dotti disse que assume a função como um desafio. ”Isto para mim, muito mais que motivo de alegria, é o estímulo para um trabalho sério e competente. Sei que não posso decepcionar. Mas, tenho a tranqüilidade de contar com o trabalho honesto e valoroso de muitos advogados que há alguns anos dedicam uma parte de seu tempo e de suas vidas a este Instituto”.
O presidente da OAB Paraná, José Lucio Glomb, que ficou à frente do Instituto por dois anos, também lamentou o mau comportamento de operadores do dinheiro público, em todos os níveis da administração. “Assistimos estarrecidos às denúncias que envolvem a Assembléia Legislativa do Paraná, denúncias que, caso comprovadas, irão fazer com que os responsáveis respondam por crimes que por si só representam quase um código penal”. Para Glomb, é fundamental exigir a completa apuração das denúncias e conscientizar a população para o exercício do voto.“Não existe melhor filtro, melhor forma de depurarmos a função pública, do que votando em pessoas dignas, decentes, honestas, capazes, eficientes”, afirmou.

