A advocacia corporativa sob o enfoque do advogado e do mercado de trabalho foi o tema do I Seminário de Advocacia Corporativa da OAB Paraná, realizado na tarde desta sexta-feira (26), na sede da Seccional. O encontro reuniu profissionais que atuam nos departamentos jurídicos de empresas e corporações, bem como representantes de escritórios que prestam atendimento jurídico ao setor empresarial.
O encontro foi promovido pela Comissão de Advocacia Corporativa da OAB Paraná, instalada recentemente com o objetivo de atender um dos segmentos da advocacia de maior expansão no mercado de trabalho. “A economia cresceu muito nos últimos anos e isso fez com que as empresas enxergassem que os advogados não servem apenas para resolver questões pontuais, mas podem contribuir para solucionar os problemas de forma abrangente, como parte do grupo”, disse o presidente da comissão, Maick Felisberto Dias.
A comissão do Paraná é a terceira do Brasil, depois de São Paulo e Minas Gerais. O Conselho Federal também instituiu há três meses a comissão nacional, revelando o interesse da instituição em estreitar os laços com os advogados que atuam internamente nas empresas.
Na primeira parte do seminário, a advogada Lara Selem, consultora em planejamento estratégico, composição societária e gestão de pessoas na advocacia, falou sobre “Habilidades e competências do advogado corporativo”. De acordo com Lara Selem, as empresas têm se preocupado em fomentar o aperfeiçoamento dos seus advogados para que desenvolvam competências específicas na sua área de atuação. Além disso, esses advogados, sendo parte da organização, já contam como toda uma estrutura disponível para o desenvolvimento de suas funções. Nesse sentido, os advogados ligados aos departamentos jurídicos estão um passo adiante, mas isso não significa que o advogado autônomo não possa também prestar um bom atendimento.
Lara Selem explicou que o advogado deve se preparar para ingressar nesse mercado, adquirindo novas competências e especializações, mas antes de tudo deve identificar quais são as suas habilidades, para optar entre atuar num departamento jurídico ou atender a empresa de seu próprio escritório. “É importante saber qual é a sua vontade profissional. Qual lhe agrega mais valor e qual tem mais a ver com seu perfil”.
Momento especial – Convidado para falar sobre “O mercado de trabalho e a advocacia corporativa”, o advogado paulista Fábio Salomon, especialista no recrutamento de profissionais na área jurídica, disse que os advogados corporativos vivem um momento especial, e vêm há algum tempo galgando destaque porque perceberam a força estratégica que têm dentro de uma empresa. “Os departamentos jurídicos têm um número cada vez maior de advogados, mas além disso houve um engrandecimento do seu trabalho. “Ele sabe o que o cliente quer e consegue dar respostas mais apropriadas e com maior rapidez. Antes as empresas tinham setores jurídicos enxutos e optavam por terceirizar o serviço, mas com isso tinham perda em velocidade e conhecimento de negócios”, explicou.
Segundo Salomon, as empresas esperam do seu advogado que seja antes de tudo um executivo. “Ele deve ter bons conhecimentos jurídicos, mas tem que ter conhecimento profundo em gestão de negócios. Outra característica que deve estar presente nesses profissionais é saber desenvolver bom relacionamento interpessoal e promover uma abertura para os clientes internos. Por outro lado, a parceria com os escritórios continua sendo bastante eficiente, na medida em que esse advogados normalmente conseguem se dedicar às pesquisas e atualizações no campo técnico e jurídico, complementando dessa forma a atividade do advogado da corporação.

