Hinos, sanfonas e Ulysses na abertura solene do Colégio de Presidentes da OAB Paraná

Ao som da Orquestra Sanfônica de Pato Branco, foi aberto solenemente na noite desta quinta-feira (6), no Teatro do Sesi de Pato Branco, o II Colégio de Presidentes da gestão 2016-2018 da OAB Paraná.

Depois da abertura dos trabalhos feita pelo presidente da seccional, José Augusto Araújo de Noronha, o presidente da subseção patobranquense, Eduardo Munaretto, foi o primeiro a dirigir-se aos presentes. “É uma honra e uma emoção imensa receber aqui ilustres membros da advocacia paranaense e o vice-presidente do Conselho Federal, Luiz Cláudio Chaves”, saudou Munaretto antes de citar as estrofes do hino de Pato Branco que falam em povo forjado na luta e na coragem para destacar que o momento pede bravura. “A sociedade precisa mais do que nunca do empenho da advocacia diante dessa crise econômica que resultou em 12 milhões de desempregados, além de uma crime moral e ética sem precedentes”, prosseguiu.

Munaretto não foi o único a citar um hino. O mineiro Chaves encerrou sua mensagem à plateia com a primeira estrofe do hino paranaense. “Entre os astros do Cruzeiro/ És o mais belo a fulgir/ Paraná! serás luzeiro/ Avante, para o porvir”, declamou ele depois de ressaltar o papel da advocacia e de lamentar a rejeição da ADC 44 pelo Supremo Tribunal Federal na quarta-feira (5), medida que põe em xeque o princípio da presunção da inocência. “Como ex-defensor público, afirmo que o dano maior dessa decisão é a transferência discricionária da decisão de quem vai para a cadeia. Não será mais o juiz a definir, mas a pressão da mídia”, lastimou Chaves.

Centenário

A decisão do STF também foi comentada pelo presidente Noronha. “Nossa Constituição completou 28 anos e lamentavelmente, no dia do aniversário, sofreu a maior violência de sua história”, afirmou. “Retiraram dela o princípio da presunção da inocência e fizeram a interpretação que quiseram. Criaram a insegurança jurídica e um Estado incompatível com o que foi idealizado por Ulysses Guimarães, que hoje faria cem anos”, afirmou Noronha ao lembrar do advogado e político paulista que simbolizou a resistência democrática e ficou conhecido como Senhor Diretas. “Dr. Ulysses dizia que o poder não corrompe o homem; o homem é que corrompe o poder”, recordou.

Noronha também fez um balanço dos desafios dos primeiros nove meses de sua gestão à frente da presidência. “Foram inúmeras rebeliões em presídios, o processo de impeachment, disputas do Executivo com o Tribunal de Justiça, mortes de advogados e júris populares com a atuação intensa da OAB Paraná”, resumiu. “Diante desse quadro, o papel da OAB é o de não se curvar, ainda que sua manifestação seja impopular”, garantiu.

Ao falar das batalhas da seccional, Noronha prometeu lutar contra a redução do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná e citou o sucesso do aplicativo contra o caixa 2, que captou cerca de 700 denúncias de irregularidades eleitorais das quais 70% tinham fundamento suficiente para serem encaminhadas ao Ministério Público Estadual.

“As pessoas confiam na OAB, nossa entidade é respeitada. Em breve teremos também aplicativos para captar denúncias de violência de gênero e de violação de prerrogativas”, anunciou.

Música

A cerimônia solene foi encerrada com nova apresentação da Orquestra Sanfônica. Instado pelo presidente Noronha, o presidente da OAB Lapa, Diego Timbirussu Ribas, juntou-se aos músicos para mais alguns números. Além de integrar a orquestra de sanfonas, ele também cantou. A plateia pediu bis.

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Solenidade

Autoridades presentes

Luiz Cláudio Chaves, vice-presidente do CFOAB
José Augusto de Araújo Noronha, presdente da OAB Paraná
Eduardo Munaretto, presidente da OAB Pato Branco
Artur Piancastelli, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados
Marilena Winter, secretária-geral da OAB Paraná
Alexandre Quadros, secretário-geral adjunto da OAB Paraná
Fabiano Baracat, diretor tesoureiro da OAB Paraná
José Lúcio Glomb, conselheiro federal
Cássio Telles, conselheiro federal
Flavio Pansieri, conselheiro federal
Edni de Andrade Arruda, conselheira federal
Luiz Antonio Boroni, conselheiro estadual
Maria Helena Kuss, ouvidora-geral da OAB Paraná
Mauro Cesar Kalinke, presidente do Sescap-PR
Autoridades policiais e judiciais de Pato Branco

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