OAB e entidades do setor produtivo têm nova reunião para discutir pacote fiscal

 

A OAB Paraná sediou na tarde desta quinta-feira (25) mais uma reunião com os setores produtivos para debater o pacote fiscal, reapresentado pelo governo do estado à Assembleia Legislativa, agora sob a forma de seis projetos de lei. A OAB, Fiep e demais entidades deverão apresentar sugestões para suprimir ou fazer emendas ao texto do governo. Participaram da reunião o deputado estadual Felipe Francischini e o deputado federal João Arruda.

A OAB Paraná apontou inconstitucionalidades em muitos aspectos do projeto original e que foram mantidas mesmo após o fatiamento da proposta em seis partes. Os pontos mais críticos referem-se à redução de direitos e garantias dos contribuintes no processo administrativo fiscal, a criação de duas novas taxas e a autorização para que o Executivo decida unilateralmente sobre a venda e imóveis e ações de empresas estatais e de economia mista.

“Não admitiremos qualquer ofensa aos direitos e garantias dos contribuintes”, disse o presidente da Comissão de Direito Tributário da OAB Paraná, Fábio Grillo, para quem há um evidente descompasso do projeto do governo com o Código Tributário Nacional e com os princípios e garantias dos contribuintes reconhecidos na Constituição.

De acordo com Grillo, a criação de taxas de fiscalização para o setor de mineração se espelham num modelo do estado do Pará que já está em questionamento no Supremo Tribunal Federal. “Há uma usurpação de competência e um abuso de autoridade da Secretaria da Fazenda que não só agride a nossa formação jurídica, mas principalmente vai gerar desinvestimento no estado do Paraná, pois as empresas que atuam nesses segmentos com certeza vão deslocar suas atividades e o seu faturamento para outros estados”, argumentou. 

Na avaliação da advogada tributarista Betina Grupenmacher, que elaborou o parecer da OAB Paraná sobre o pacote fiscal, houve um ganho efetivo para a sociedade em relação à redução na velocidade do trâmite do projeto. “Acho que foi efetivamente um ganho esse fatiamento em seis projetos, no entanto é muito pouco ainda perto do que temos de inconstitucionalidades não resolvidas ou soluções não apontadas pelo Legislativo”, sustenta.

“Houve o diagnóstico da situação, uma atuação efetiva da Ordem e de outros setores da sociedade no sentido de impedir que esse cenário se estabeleça de forma definitiva. Se esta tentativa de alertar em relação a este equívoco não encontrar eco no Legislativo, e o projeto vier a ser aprovado com todas as inconstitucionalidades que hoje existem, nós questionaremos no Supremo Tribunal Federal”, afirmou Betina.

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