60 anos do golpe: memória para manter viva a defesa da democracia

Este 31 de março traz a lembrança de um dos dias mais sombrios da história do Brasil. O golpe militar de 1964 deu início a um período de 21 anos de ditadura, autoritarismo, censura, sequestros e execuções, rompendo com o estado de direito e com a democracia.

A Ordem dos Advogados do Brasil teve papel fundamental na resistência ao estado de exceção e no processo de redemocratização do país. A advocacia brasileira foi combativa, atuou na defesa de presos políticos e deu voz à sociedade brasileira na luta contra a ditadura.

No Paraná, há inúmeros exemplos de advogados que foram porta-vozes da liberdade. René Ariel Dotti, Lamartine Corrêa de Oliveira, Rubens Requião, Francisco Muniz, Eduardo Rocha Virmond, entre muitos outros, defenderam com veemência estudantes, professores, sindicalistas, jornalistas e todos os que se opunham ao regime.

Foi no Paraná que surgiu a luz para um novo tempo e o brado decisivo para o fim da censura, do nefasto Ato Institucional nº 5 e do restabelecimento do habeas corpus. Em 1978, no grande auditório do Teatro Guaíra, na histórica VII Conferência Nacional dos Advogados do Brasil, a advocacia paranaense ajudou a reescrever a história com coragem e independência.

O estado também foi palco de outro grande marco do processo de redemocratização, quando realizou o primeiro grande comício em favor da eleição direta para presidência da República, em 1984.

Inaugurou-se um novo tempo e nesses 60 anos o país passou por muitas transformações. A OAB continuou sendo protagonista na defesa da democracia e na busca da consolidação dos direitos individuais e coletivos previstos na Constituição Federal. Nos anos que sucederam o fim do regime militar, foram muitas conquistas de direitos e avanços em todos os campos.

Relembrar o golpe de 64 é uma maneira de manter viva na memória do país os dias de obscurantismo, para que nunca mais se repitam atos que coloquem em risco o pleno exercício da democracia.