Diretor do CF fala aos advogados iniciantes sobre sua trajetória na advocacia e na OAB

A Comissão de Advogados Iniciantes da OAB Paraná recebeu nesta segunda-feira (29), dentro do projeto “De frente com a CAI”, o diretor tesoureiro do Conselho Federal, José Augusto Araújo de Noronha. O objetivo do projeto, de acordo com o presidente da Comissão, Wagner Maurício de Souza Pereira, é mostrar aos advogados em início de carreira que os profissionais mais experientes e bem-sucedidos já passaram pelos mesmos percalços e dificuldades no exercício da profissão.

Noronha compartilhou com os novos advogados a sua experiência pessoal e profissional. Filho de um promotor público, que depois foi membro da corte do Tribunal de Justiça do Paraná pelo quinto constitucional, e de uma professora, Noronha estudou no Colégio Nossa Senhora de Sion, tradicional instituição de ensino de Curitiba, e fez o 2º grau no antigo Centro Federal de Educação Tecnológica (atual UTFPR), formando-se técnico em mecânica. Não quis seguir a carreira nessa área e optou pelo Direito. Foi estudante da Universidade Católica do Paraná, fazendo parte de uma turma que ele conta ter sido combativa e questionadora. Na PUCPR, foi aluno do professor de Direito Civil Luiz Edson Fachin, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal.

Seu primeiro estágio foi realizado na biblioteca do Tribunal de Justiça do Paraná, auxiliando advogados em consultas à jurisprudência quando ainda não havia as facilidades da internet. Logo foi estagiar num escritório de advocacia e, depois de formado, em pouco tempo abriu o seu próprio escritório. O pontapé inicial para a conquista dos primeiros clientes aconteceu por meio de uma ação de responsabilidade civil envolvendo uma empresa ferroviária no Norte do estado. E dali tirou as primeiras lições que passou para os advogados que acompanharam a sua palestra: “enxerguem sempre uma ação simples como uma grande oportunidade” e “a confiança do cliente é o que um advogado deve sempre buscar”.

Paixão pela OAB – Noronha contou que, à medida que foi ampliando a sua cartela de clientes, cresceram o volume de trabalho, as horas sem dormir, as viagens pelo interior e audiências por todos os cantos do estado. “Foi o que me deu a chance de conhecer a realidade da advocacia do interior”, disse. Outro conselho que transmitiu  aos iniciantes foi de que se associem e trabalhem somente com aqueles com os quais compartilham a mesma postura ética na profissão.

Nessa linha do tempo de sua trajetória profissional, surgiu num dado momento a paixão pela OAB. Tudo começou com o seu interesse de contribuir com a área de previdência complementar da advocacia. Foi convidado para ser diretor tesoureiro do antigo IASAPAR, entidade que ajudou a reerguer, depois transformada na OABPrev-PR. Desde então, muitas outras missões lhe foram confiadas: diretor tesoureiro da Caixa de Assistência, presidente da Comissão de Orçamento e Obras da atual sede da seccional, conselheiro estadual, presidente por duas gestões da Caixa de Assistência, presidente da OAB Paraná e agora diretor tesoureiro do Conselho Federal da OAB.

“Representar a advocacia sempre foi um orgulho para mim. Sempre encarei como a principal atividade da minha vida”, disse. Noronha respondeu a várias perguntas dos participantes, falando sobre ensino jurídico, honorários advocatícios, a missão do advogado em dar dignidade às pessoas que buscam o direito, o seu futuro depois de tantos anos de dedicação à Ordem. “Tenho mestrado e doutorado em OAB. Poucos conhecem tanto a instituição”, afirmou.

José Augusto Araújo de Noronha foi recepcionado pela secretária-geral adjunta da OAB Paraná, Christhyanne Bortolotto. Também esteve presente o diretor de Prerrogativas Alexandre Salomão e participaram da mesa a secretária-geral adjunta da Caixa de Assistência, Silvana de Oliveira Niemczeswski, a presidente da Comissão da Advocacia Dativa, Sabrina Becue, e a conselheira estadual Giugliana Carta (ambas ex-presidentes da Comissão dos Advogados Iniciantes).