Reforma Trabalhista foi tema da primeira palestra do Colégio de Presidentes de Subseções

As atividades do 8º Colégio de Presidentes de Subseções tiveram início com uma palestra da advogada Christhyanne Bortolotto, futura secretária-geral adjunta da OAB Paraná, sobre a Reforma Trabalhista. Christhyanne fez uma avaliação de um ano de vigência da nova legislação.

“A reforma mexeu não só com as leis, mas com a vida dos advogados trabalhistas”, disse a advogada. Ela criticou uma manifestação do presidente eleito da República, que falou sobre a necessidade de uma informalidade na Justiça do Trabalho . “Isso é um absurdo. É rasgar o artigo 7º da Constituição Federal”, afirmou. “Qualquer pessoa que estude um pouco vai perceber que o Brasil não é tão diferente dos outros países. A diferença é que lá fora, se você deixa de pagar o trabalhador, é responsabilizado imediatamente.”

Christhyanne Bortolotto apresentou o dado de que 80% das ações trabalhistas são propostas por empregados que recebem menos de dois salários mínimos. Desses, a maioria litiga por valores inferiores a R$ 5 mil reais, ou porque não foram registrados, não receberam 13º salário ou não receberam verbas rescisórias.

De acordo com a advogada, a reforma foi feita pelos empresários, mas muitas mudanças desagradaram a ambas as partes, tanto empregados como empregadores. “O sindicato é um problema no Brasil, mas não por conta da contribuição sindical, e sim pelo sistema que permite um sindicato para cada região, o que faz com que se acomodem e não lutem efetivamente por direitos”, avaliou.

Para a advogada, a reforma também não trouxe segurança para as empresas. “Hoje estamos dando pareceres com prazo de validade, de tão instável que está a Justiça Trabalhista”, afirmou.