Semana da Advocacia Iniciante começa com reflexões sobre a história e o futuro da profissão

Começa nesta segunda-feira (19) a Semana da Advocacia Iniciante – Passado, Presente e Futuro. A programação vai até quinta-feira (22), na sede da OAB Paraná e ocorre em comemoração ao mês do Advogado. Organizado anualmente pela Comissão da Advocacia Iniciante (CAI), o evento conta com o apoio da Escola Superior da Advocacia (ESA) e tem como objetivo valorizar a profissão e debater questões relacionadas à efetivação da justiça social, da liberdade, da igualdade e do Estado Democrático de Direito.

A vice-presidente da OAB Paraná, Marilena Winter, representou a diretoria da seccional durante a abertura do evento. Também compuseram a mesa o coordenador de direito público da ESA, Francisco Zardo, a conselheira da seccional Giugliana Carta, a vice-presidente da CAI, Aieda Muhieddine, e o presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, Tarcisio Kroetz, que proferiu a palestra de abertura.

“Fazer um evento no mês dos advogados em meio a tantas vicissitudes que estamos sentindo, especialmente aqueles que estão iniciando na profissão, é para nós uma alegria e também motivo de uma reflexão intensa sobre o nosso papel”, ponderou Marilena. “A nossa responsabilidade é fazer cada vez mais ações políticas de Ordem para que os advogados estejam bem informados e tenham as suas demandas atendidas”, disse a vice-presidente. “Os desafios são muitos. Recebam nosso abraço e nossas boas-vindas. Estamos de portas abertas para ouvi-los, atendê-los e aprender com vocês. Nós aprendemos muito com a CAI”, acrescentou a representante da diretoria da seccional.

“A diretoria abraçou esse evento, que foi feito para realmente promover o desenvolvimento da advocacia iniciante e proporcionar o intercâmbio entre diversas áreas”, disse a vice-presidente da CAI.

Zardo destacou a disponibilidade da ESA para receber sugestões de cursos e iniciativas e para apoiar o desenvolvimento da advocacia. “Contem sempre com a ESA, façam da ESA uma extensão da Comissão de Advocacia Iniciante. Contem conosco inclusive para atender a advocacia do interior”, disse o coordenador de Direito Público da ESA.

Presidente da CAI na gestão anterior, a conselheira Giuglina Carta chamou atenção para o posicionamento da vice-presidente da OAB Paraná. “A dra. Marilena disse que aprende com a CAI. Podemos ver assim a humildade. Isso é algo que tem que ser ressaltado”, apontou a advogada. “Humildade é esse o exemplo que como advogados iniciantes devemos seguir. Devemos também ter gratidão, como vimos de todos aqui, no decorrer dessa semana e na nossa carreira”, aconselhou Giuliana aos iniciantes.

Ambição X vocação

Em sua saudação, Tarcísio Kroetz agradeceu todo o apoio e receptividade da OAB Paraná para com o IAP e destacou como as duas instituições vêm trabalhando em parceria em prol da advocacia.

Durante a palestra, o presidente do IAP traçou um panorama da advocacia ao longo do tempo. “Temos tido uma revolução na advocacia numa velocidade muito maior do que esperávamos”, disse Kroetz. Ele contou que, no início de sua carreira, perguntavam: “É preciso ter mais vocação ou ambição?”, como se os dois conceitos fossem antagônicos, sendo ambição relacionada a dinheiro, sucesso e poder e como se vocação fosse somente renúncia. “Tínhamos modelos para as duas coisas: os profissionais ou eram obstinados ou abnegados. Os obstinados estavam mais na advocacia, e os abnegados na academia”, descreveu.

“Eu sempre me questionava para onde estava sendo levado: para ambição ou para a vocação?”, relembrou o presidente do IAP. “Entre ambição e vocação, o que a advocacia exige é gana, a vontade de defender o direito do nosso cliente, o prazer de fazer as coisas. Só assim é possível encarar os desafios com os quais nos deparamos diariamente”, apontou aos advogados iniciantes que o ouviam.

O palestrante convidado falou ainda que a palavra de ordem do século 21 é “revolução”. Entre diversas definições, ele elegeu “reforma, transformação ou mudança completa”. Segundo ele, a advocacia já vive um mudança completa com a inteligência artificial e com o alto nível de acesso à informação. “Hoje precisamos saber diluir a mensagem de todo o arcabouço de doutrina e o que devemos aproveitar e o que é preciso descartar”, refletiu.