Aberto o II Encontro Regional Sul da Jovem Advocacia

Após um dia de relevantes debates no II Colégio Estadual de Presidentes das CAIs, a advocacia iniciante se reuniu para a sessão solene de abertura do II Encontro Regional Sul da Jovem Advocacia. O evento contou com a presença de lideranças das comissões do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além de dirigentes da seccional, conselheiros estaduais e presidentes de comissões.  A conferência magna de abertura foi proferida pelo jurista Lênio Streck, que abordou os desafios da advocacia e da democracia.

O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, enalteceu a importância do evento. “O Brasil está precisando de novas lideranças, precisa de pessoas dispostas a colocar o seu nome e o seu trabalho à disposição do nosso país. A nossa função aqui na OAB é honorífica. Nenhum de nós recebe absolutamente nada, trabalhamos porque gostamos da nossa instituição”, disse.

“Gratidão e satisfação são os sentimentos que definem o nosso sentimento de recebê-los hoje”, disse a presidente da Comissão da Advocacia Iniciante Giugliana Carta, ao saudar os presentes. A anfitriã do evento explicou que a iniciativa dá continuidade à proposta apresentada pela OAB Jovem de Santa Catarina com o I Encontro Regional Sul da Jovem Advocacia, realizado em Balneário Camboriú, em 2017.

“Estes eventos têm caráter itinerante. É uma oportunidade para os advogados acompanharem palestras, fazerem novos contatos e se atualizarem. Afinal, a missão da comissão não é somente receber, mas proporcionar ferramentas para a consolidação da advocacia no mercado de trabalho”, destacou Giugliana.

Mais democracia – Diante da crise que a democracia brasileira enfrenta, Lênio Streck sustentou que a OAB deve conduzir as grandes questões nacionais. “Há sim a possibilidade de intervenção: a intervenção da democracia, a intervenção de quem sempre lutou historicamente por ela, como a OAB”, disse.

“A democracia precisa de critérios, antes que sejamos todos devorados por tubarões, se é que já não estão à nossa porta, pedindo intervenção militar e o fim da Constituição”, disse.

Parafraseando Macedonio Fernández em uma carta enviada ao escritor argentino Jorge Luis Borges, o jurista afirmou que “às vezes esquece de se envergonhar do Direito praticado no Brasil, e às vezes esquece também de se envergonhar porque a maioria já não se envergonha do que fizeram com a Constituição”. “O resultado está aí: um direito de caminhoneiros, um locaute hermenêutico. O juridicídio leva ao democraticídio”, criticou.

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