Diretoria da OAB Wenceslau Braz é empossada

A OAB Paraná deu posse no último sábado (25) à nova diretoria da OAB Wenceslau Braz. Foram empossados os advogados Cristiane Ferraz dos Santos Evangelista, presidente que hoje é solenemente empossada; vice-presidente Raquel Viviane Gomes Baptista, o secretário-geral Rachid Jorge Miguel Piloto Junior, o secretário-geral adjunto Célio Aparecido Ribeiro e o tesoureiro Marcelo Vanzelli.

Cristiane Ferraz dos Santos Evangelista é a primeira mulher a presidir  a subseção, que congrega mais de 300 profissionais de Wenceslau Braz e também de Arapoti, Jaboti, Pinhalão, Salto do Itararé, Santana do Itararé, São João da Boa Vista, Sengés, Siqueira Campos e Tomazina. “Cristiane chega a este papel já com a experiência de ter atuado como tesoureira na gestão anterior – e num momento em que o sistema muda de patamar em relação à paridade de gênero. Temos, é evidente, muito a avançar, mas já nos encontramos a alguns passos da largada, com certa parte da jornada conquistada. E é natural que busquemos consolidar esse espaço, pois as mulheres já são mais da metade das profissionais da advocacia no país – em ligeira maioria de 50,6% no quadro nacional”, disse Marilena.

“Sendo muito jovem, ela terá também a sensibilidade de dar atenção a outro grupo numeroso que merece todo o nosso apoio e cuidado: a advocacia iniciante. Para esses profissionais estamos lançando na OAB Paraná um programa carinhosamente chamado de 6º ano, com benefícios e serviços exclusivos, muito acessíveis para aqueles que saíram há pouco da universidade e estão começando sua atuação na advocacia”, ponderou.

 

 

 

Discurso de Posse - Presidente Cristiane Ferraz dos Santos Evangelista

Boa noite Senhores e Senhoras,

Na pessoa da Dra. Marilena Indira Winter, presidente da OABPR, cumprimento todas as autoridades e todas as mulheres presentes.
Na pessoa do Dr. Paulo Madeira cumprimento toda diretoria, e colegas presentes.
Na pessoa do meu pai Sebastião Francisco dos Santos, cumprimento toda a comunidade presente.
Confesso que não sabia muito por onde começar meu discurso, inicialmente gostaria apenas de agradecer...mas hoje senti que deveria contar a vocês um pouco de como cheguei até os dias de hoje. Vou tentar ser breve...

Quando menina, sonhava com artes cênicas, e meus pais achavam que era apenas sonho e talvez fosse mesmo.

Sempre amei matemática e apesar de sempre ser uma aluna dedicada, não gostava muito de ler e escrever.

Mas no dia que estava finalizando o vestibular do CEFET para engenharia elétrica, fui visitar um museu em Curitiba, e de lá iria passar uns dias na praia.

O vigilante não me deixava, e eu acreditava que ele apenas estivesse atento a minha presença e cuidando do museu.

Mas na verdade ele queria me dizer que quando eu chegasse em casa aconteceria algo que não se tratava de algo que eu sonhava, mas que era a vontade de Deus em minha vida... e que eu deveria receber isso como uma benção.

Quando do meu retorno para casa, havia aberto o curso de direito nas FIO. Antes tínhamos o curso de Direito apenas em Jacarezinho, Londrina e Ponta Grossa. Meu irmão, que sempre quis cursar Direito, já havia feito a sua inscrição, mas eu não me interessei, e minha mãe me pediu para fazer a inscrição.

Na época não quis contrariar minha mãe, que sempre se dedicou muito para que todos os filhos estudassem, e aceitei a proposta dela... Chegando no dia do vestibular, percebi que havia uma concorrência maior do que a esperada, e fiquei receosa de não passar e me envergonhar, pois era muito dedicada, e por orgulho não queria reprovar.

Fiz a prova, passei no vestibular, e confesso que não queria fazer minha matrícula, afinal não era o curso que eu sonhava para minha vida profissional. Muitos me concederam apoio e diziam que deveria fazer o curso, enquanto outros me desanimavam, até que passados alguns dias, na mesa do almoço, eu acabei me lembrando do que tinha ouvido no museu em Curitiba.

As palavras daquele vigilante foram decisivas para que eu me matriculasse e seguisse no curso de Direito.

Os primeiros anos, me sentia um peixe fora d´água, mas a cada vez que sentia vontade de desistir eu me lembrava do vigilante e pensava... se é da vontade de Deus, eu vou seguir... pois sempre em minhas orações eu pedia para que Deus guiasse os meus caminhos e assim segui até finalizar o curso.

Não foi fácil, até que aprendi a gostar do Direito, e ainda antes de terminar o curso, eu dizia, que pretendia advogar, pois só assim poderia ajudar outras pessoas a conquistarem os seus direitos... desde então já percebia que nem tudo que está na Lei é justo, mas que como advogada, poderia mediar esta situação.

No dia de minha colação de grau, já na fila para receber meu diploma, tive a notícia de que havia passado no exame da OAB. Durante a faculdade, eu trabalhava e fazia estágio, tendo muito pouco tempo para estudar, e confesso que foi uma alegrai imensa receber este resultado naquele momento, chorei a colação toda, e poucos entendiam o porque do choro... mas eu sabia que a vontade de Deus estava se cumprindo em minha vida...

E assim iniciei minha vida na advocacia há 16 anos.

Os primeiros anos, foram muitos difíceis, apesar de ver cumprir tudo aquilo que tinha ouvido do vigilante há anos atrás, ainda pensava em desistir, pois não sabia lidar com o início de profissão e queria já ter autonomia financeira, o que era muito difícil...

Aos poucos esta realidade foi mudando. Cheguei a prestar o concurso para servidor do TJPR, fui chamada na semana do meu casamento e não assumi minha vaga, e depois de alguns meses recebi o resultado da procuradoria da Câmara de Jundiaí do Sul, onde atuo atualmente há 7 anos.

Com isso eu quero dizer aos presentes, que independentemente da profissão ou da situação, que quando deixamos a vontade de Deus prevalecer em nossas vidas sempre seremos levados para o melhor lugar, pois Deus quer o melhor para nós, e se hoje estou aqui é por vontade do Senhor.

Com o passar do tempo fui conhecendo não só o que era a advocacia, mas a OAB, e percebi o quanto a instituição é importante para os advogados, e desde então passei a querer que os colegas se aproximassem mais da instituição e do que ela nos tem a oferecer. Que não se trata apenas de pagar honorários, mas que a OAB pode auxiliar aos advogados de diversas maneiras, inclusive nos primeiros passos da profissão. Que a instituição tem diversos mecanismos de apoio a classe, que ainda são poucos conhecidos pelos colegas, e nas primeiras conversas que tive com o Paulo Madeira, e o Marcelo Vanzeli, eu dizia desse meu desejo de trazer os colegas para a OAB e de aproximar a instituição e os colegas uns dos outros, fazer com que os colegas sintam que a OAB é a casa de todos nós.

Alguns diziam que não era capacitada para exercer a função de Presidente da Subseção de Wenceslau, pois eu lhes digo, de fato não sei tudo, mas Deus capacita os seus escolhidos.

No decorrer de minha gestão, talvez algumas de minhas decisões possam não agradar individualmente aos colegas, mas tenham certeza que todas as decisões serão pautadas no bem da advocacia.

Encerro agradecendo a todos pela presença, e ao imenso apoio recebido dos meus diretores e dos colegas que acreditaram em minha capacidade e competência. Obrigada a todos e a Deus, pela posição que hoje ocupo.