No Dia da Cidadania, OAB divulgou ações de empregabilidade das pessoas com deficiência

A OAB Paraná promoveu, no Dia da Cidadania, ações em prol da empregabilidade da pessoa com deficiência. As ações foram organizadas pela Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência, em parceria com outras entidades. Uma das ações mais interessantes foram as sessões de maquiagem feitas por jovens cegas. Elas  mostraram que têm habilidade tanto para realizar automaquiagem como para trabalhar como maquiadoras.

A atividade é coordenada pelo Instituto Sensorial Brasileiro, iniciativa inédita criada em Curitiba há aproximadamente dois anos pela gestora e maquiadora Danielle Franco. A ideia nasceu de relatos de jovens com deficiência visual que, mesmo sem enxergar, revelaram o desejo de se sentirem mais belas e femininas.

“Sempre ouvi as pessoas dizerem ‘porque se maquiar se você não se vê no espelho?’. Acontece que eu sempre tive esse desejo, mas nunca imaginei que eu conseguisse fazer. Hoje, quando as pessoas me veem maquiada, muitas vezes elogiam e perguntam quem fez. Posso dizer: eu mesma!”, relata a psicóloga Priscila Perego. Ela conta que o curso a fez desenvolver a autoestima, inclusive para se posicionar no mercado de trabalho. Ela trabalha como psicóloga, mas também tem intenção de fazer da maquiagem uma profissão.

O trabalho do instituto com as jovens não se limita a proporcionar o curso, mas promover o protagonismo da mulher com deficiência visual e auditiva no âmbito pessoal e profissional. Danielle conta que desenvolveu técnicas especiais para ensinar maquiagem a pessoas com deficiência visual. “Não é difícil, até porque elas são muito empenhadas”, conta. Dezessete jovens estão sendo formadas como maquiadoras no curso que dura 15 meses. Segundo Danielle, há 400 pessoas de todo o Brasil na fila de espera para aprender essas técnicas.

Trabalho

O estande da Comissão dos Direitos da Pessoa com Deficiência ficou movimentado com outras atividades. A Agência Central do Trabalhador passou informações sobre como se cadastrar para as vagas de trabalho específicas para PCDs. A legislação determina que a cada grupo de 50 trabalhadores de uma empresa, uma vaga seja ocupada por pessoas com deficiência.

Na avaliação da presidente da Comissão, Berenice Lessa, o objetivo foi atingido, que é o de chamar a atenção da sociedade, e mesmo dos advogados das demais comissões da Ordem, para o convívio social com as pessoas com deficiência. “Acompanhando essas ações, a população consegue compreender melhor as dificuldades e obstáculos que as pessoas cegas, surdas, idosas, cadeirantes e em processo de reabilitação enfrentam em seu cotidiano”, afirmou.

Campeonato de xadrez inclusivo integrou o evento

Durante o dia, o espaço da Comissão recebeu um grupo de jogadores de xadrez cegos, que disputaram partidas com jogadores videntes. Três deficientes visuais ganharam medalhas pelas primeiras colocação no campeonato disputado por 18 enxadristas. O primeiro colocado, Oswaldo de Almeida Bezerra, o primeiro colocado, pratica o esporte há mais de duas décadas e participa de competições nacionais. Depois de perder a visão, há 18 anos, se readaptou se seguiu com a paixão pelo jogo dos reis. Em segundo lugar ficou Valéria Roberto, enxadrista com um ano de experiência. Jean Carlo da Silva, o terceiro colocado, se considera um diletante no esporte.

A atividade, que procura demonstrar a plena capacidade das pessoas com deficiência para o jogo, utilizando apenas o tabuleiro adaptado, foi trazida pelo IBGPex – instituto social mantido pela Uninter. Também participaram do Dia da Cidadania o Instituto Paranaense de Cegos e a Universidade Livre para a Eficiência Humana (Unilehu). Adenir Fonseca dos Santos, diretora-presidente do IBGPex afirmou ser uma honra aceitar o convite da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência neste jordana dedicada à recreação e á inclusão.