OAB Paraná intervém em caso de desrespeito a prerrogativas dos advogados

O presidente da OAB Paraná, José Lucio Glomb, teve que intervir, na tarde desta quinta-feira (13), em um caso de desrespeito às prerrogativas dos advogados. Glomb atendeu o chamado do criminalista Dálio Zippin Filho, que ao se recusar a passar pela revista com detector de metal na entrada das câmaras criminais do Tribunal de Justiça do Paraná, recebeu voz de prisão do desembargador Jorge Wagih Massad, presidente da Comissão de Segurança do TJ-PR.

“Jamais na história do Paraná um advogado ofereceu qualquer risco à segurança do tribunal. É situação intolerável, discriminatória, que ofende a Constituição, que afirma que todos nós devemos ter um tratamento rigorosamente igual. Se for para fazer  revista com detector de metal, que seja em todos”, sustentou o presidente da Seccional, que também se recusou a se submeter à revista.

Ao receber a ligação de Dálio Zippin, Glomb foi imediatamente às câmaras criminais onde encontrou o criminalista, o presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abrac), Elias Mattar Assad, o presidente da Associação Paranaense dos Advogados Criminalistas (Apacrimi), Danilo Guimarães Rodrigues Alves, e outros advogados que acompanharam a intervenção da Seccional.

Dálio Zippin, que é membro da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB e presidente do Conselho Penitenciário do Paraná, foi acompanhado por Glomb até a sede da OAB Paraná. “Ao me recusar a passar pela revista e me indispor com a segurança, decidiram me prender. Me refugiei na sala da 1ª Câmara Criminal do TJ-PR, onde os desembargadores tentaram contornar a situação, mas sem resultados”, contou.

“É uma revista vexatória e discriminatória. Só os advogados têm que passar por isso e só nas quintas-feiras. Qual o risco que oferecemos? Nunca houve na história da Justiça do Paraná qualquer caso de violência contra juiz, desembargador ou promotor. Ou é para todo mundo ou é para ninguém”, criticou Dálio Zippin Filho, que completa 45 anos de advocacia.

Na avaliação de Glomb, o TJ-PR perdeu o foco sobre a situação. “O advogado está sendo desrespeitado. O nosso tribunal deveria se preocupar com os fóruns que estão sem segurança, onde há casos de roubo de armas como vimos há poucos dias em Colombo”.

“A palavra, essa sim é a arma do advogado. E muitas vezes incomoda. Quando criticamos é construtivamente, para fazer uma melhoria. Não podemos ter uma resposta como esta que é uma atitude discriminatória e retaliadora”, afirmou Glomb.


Foto: O presidente da OAB Paraná também foi barrado por seguranças na entrada das Câmaras  Criminais do Tribunal de Justiça do Paraná. Glomb se recusou a se submeter à revista.

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