“Não se exerce o direito à liberdade de expressão quem não tem liberdade religiosa. Não exerce liberdade religiosa aquele que não tem liberdade de expressão. Aquele cidadão que não tem garantido o direito à alimentação, à saúde, não pode exercer qualquer outro direito fundamental de natureza política ou econômica. É por isso que a OAB reafirma a sua condição de um palco privilegiado, em primeiro lugar da liberdade de expressão, palco onde todas as vozes, todas as fés, todos os credos têm um lugar garantido e onde a liberdade, os direitos humanos, a justiça, e, sobretudo a paz e a tolerância, devem ser professados por todos”, sustentou o presidente da Ordem.
Natural da cidade drusa de Osfiya, no Monte Carmel, em Israel, Reda Mansour ressaltou que seu intuito é apresentar a situação do país “sem política e sem propaganda”. “Espero que possamos abrir um diálogo sincero sobre dois temas muito importantes, migração e direitos humanos. Infelizmente no Oriente Médio são totalmente politizados e é muito difícil falar sobre estes temas porque estamos em uma região com muitos problemas, é uma região instável, e não podemos falar de modo sincero sobre temas muito importantes”, afirmou.
“Normalmente quando falamos em Israel pensamos em um estado judeu, mas a verdade é que temos uma quantidade muito grande de minorias: 18% da população israelense são de origem árabe, temos grupos de religiões diferentes, cristãos, drusos, judeus. É um país muito pequeno perto do Brasil, mas que recebe imigrantes de 70 países vizinhos e da Europa”, explicou Mansour.
De acordo com Mansour, Israel recebeu mais de um milhão de imigrantes nos três últimos anos. “Nós abrimos as nossas portas à imigração, mas temos um sistema governamental muito forte e organizado, um Ministério da Imigração, porque pensamos que o governo de qualquer país que tem imigração deve ter uma política mais ativa. Temos casas onde os imigrantes podem viver gratuitamente por um período de dois anos. Eles estudam hebreu em classes especiais, não só a língua, mas cultura, para poderem se integrar”, contou.
“Acho que agora mais países do mundo entendem que os governos necessitam ter uma atuação mais forte neste processo de migração. A falta da integração dos migrantes está criando muitos problemas para países da Europa. Em Israel chegamos a um nível muito alto de integração de imigrantes em nosso país. O presidente do parlamento israelense hoje é russo, isso demonstra que a integração no Israel é muito rápida em função deste sistema implantado lá”, afirmou.
Reda Mansour substituiu Rafael Eldad em agosto de 2014. Foi embaixador no Equador, embaixador-adjunto em Portugal e cônsul-geral em San Francisco, EUA. Poeta e historiador, Reda Mansour era o representante do Ministério das Relações Exteriores no Colégio Nacional de Defesa de Israel, ele se junta a outros dois diplomatas israelenses drusos: os embaixadores na Noruega e na República Dominicana. Os drusos são uma pequena comunidade religiosa autônoma e vivem sobretudo no Oriente Médio.
O evento foi realizado em parceria com a Federação Israelita do Paraná e a B’nai B’rith Paraná, com o apoio da Escola Superior de Advocacia (ESA) e a Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-PR).