Ex-presidente da OAB Espírito Santo morre aos 88 anos

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil anuncia, em nota publicada na manhã desta segunda-feira (28), o falecimento de Agesandro da Costa Pereira, ex-presidente da OAB Espírito Santo (1991-2006), aos 88 anos.

“Ele foi exemplo de retidão na conduta ética e dedicação ao desenvolvimento do Direito e da sociedade. Seu falecimento é uma grande perda não apenas para a classe, mas para o país”, afirmou Claudio Lamachia, presidente nacional da OAB.

O presidente da OAB-ES, Homero Mafra, afirmou que a entidade “perdeu um homem extraordinário que, como poucos, viveu os princípios da Ordem e da Advocacia”. Mafra destacou também que Pereira foi um defensor dos direitos humanos e liderou a sociedade civil capixaba em um dos momentos mais duros de nossa história, na luta contra o crime organizado.

Medalha

Em 2008, Pereira foi homenageado com a Medalha Rui Barbosa, mais alta honraria concedida pela OAB. A indicação foi subscrita por 70 conselheiros da entidade. A entrega da medalha foi realizada durante a XX Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, realizada em Natal.

Segundo o presidente da OAB à época, Cezar Britto, Pereira recebeu a comenda “por ter feito da ação o melhor discurso jurídico”, referindo-se à luta que ele havia encampado contra o crime organizado quando presidiu a seção capixaba da OAB. Britto referiu-se às situações de violência e às ameaças sofridas por Pereira por ter denunciado, com o movimento de resistência chamado “Reage Espírito Santo”, que as instituições governamentais e órgãos dos demais poderes estavam contaminadas com a corrupção, pondo em risco a segurança não só dos advogados mas de toda a sociedade capixaba.

Como presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, na sessão especial da Ordem em homenagem aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas, o advogado afirmou que “a Declaração representa uma contribuição do maior relevo para a construção de uma civilização de paz e fraternidade”, mas que “o caminho a percorrer para que aquele documento cumpra integralmente seu destino, ainda é longo e difícil, restam desafios a serem vencidos”.

O corpo, velado na sede da OAB Espírito Santo, será sepultado na tarde desta segunda-feira, em um cemitério de Vitória.

Com informações do CFOAB