Jovem mãe conta como conciliou rotina com filha autista e conseguiu se tornar advogada

Antes de chegar ao auditório da OAB Paraná para prestar compromisso como advogada, Jessyca Mayra Pratto duvidou que fosse capaz disso e pensou muitas vezes que não fosse dar conta. Mãe de uma menina autista, ela entrou na faculdade de direito aos 27 anos.

“Eu tive muito medo de fazer faculdade, porque não tinha condição, estudei sempre em escola pública. Mas, quando tive minha filha, eu quis muito estudar direito. Me preparei sozinha, em casa, passei na PUC e consegui uma bolsa de 100% pelo Prouni”, conta a nova advogada, agora com 34 anos. Ela relembra emocionada que os estudos universitários eram algo distante para alguém como ela, que cresceu no Alto Boqueirão, frequentando uma escola onde os professores se cotizavam para comprar carne para a merenda, e que chegou até a trabalhar na roça colhendo café.

Jessyca citou também o apoio que recebeu dos professores durante sua graduação e que foi fundamental. “Eles me inspiraram demais, passaram o conhecimento do fundo do coração. Eu me apaixonei de verdade pelo direito e pensei: eu posso conseguir, isso pode ser parte de mim. E não me senti menos na universidade”, relata. Ela cuidava da filha durante o dia e fazia o curso noturno, enquanto a menina ficava aos cuidados do pai.

“Hoje o meu maior orgulho é dizer que estudei na PUC e é a coisa mais incrível da minha vida estar aqui e poder dizer que sou uma advogada! E desejo que a minha filha um dia também seja filha da PUC, como costumamos dizer”, celebra ao lado da menina de dez anos, Milena Mayumi Ishii, que fez questão se soletrar o próprio nome para ser registrado na matéria.

Programa 6º Ano

Como despende bastante tempo dando atenção à filha, Jessyca vê a advocacia dativa como uma oportunidade para dar os primeiros passos na profissão. Durante a solenidade, a nova advogada recebeu o kit do Programa 6º Ano, onde são disponibilizadas orientações sobre esse tema e sobre diversos outros benefícios que a jovem advocacia tem na OAB Paraná.

“Achei o kit fantástico. Eu tinha dúvidas sobre como poderia trabalhar na advocacia dativa e ficava pensando: vou ter que chegar na OAB e descobrir onde consigo informações sobre isso. E, na hora que abri o kit, a primeira coisa que vi: todas as informações que eu precisava sobre advocacia dativa. Eu fiquei em êxtase!”, finaliza a advogada.