“Efeitos da Conferência de 1978 durarão por tempo imprevisível”, diz Virmond

O presidente da OAB Paraná em 1978, Eduardo Rocha Virmond, foi um dos homenageados do evento organizado pela seccional para relembrar os 40 anos da VII Conferência Nacional da Advocacia. A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira (7), na sede da entidade, em Curitiba.

Durante seu discurso, Virmond, relembrou que a VII Conferência começou bem antes da sua realização e contou como foi a escolha de Curitiba para sediar o evento. Ele citou a participação de Rubens Requião, Francisco Lacerda e René Dotti ainda durante a conferência anterior, na Bahia, para trazer para o Paraná a próxima edição. Com o apoio de advogados de diversas regiões, a capital paranaense acabou sendo aclamada como sede para o encontro seguinte. E assim ganhou destaque na história do Brasil.

Virmond citou ainda o entusiasmo dos que se reuniram no Teatro Guaíra em 1978: “Nos ovacioanaram diversas vezes. Ficamos muito emocionados, até hoje”, contou Virmond. “Algumas razões da abertura política deverão ser creditadas ao imenso clamor que surgiu aqui. Estávamos chamando à razão uns indiferentes, outros hostis detentores do poder.”

Recado

Ele também celebrou o fato de que alguns dos reflexos da VII Conferência puderam ser vistos imediatamente. “O presidente Ernesto Geisel me mandou um recado: ‘Antes de terminar meu mandato, vocês, advogados, terão uma grande surpresa’. E, de fato, no fim daquele ano foi revogado o AI-5”.

Os resultados que vieram para as gerações seguintes também foram mencionados. “Há outros efeitos cuja atualidade durará por tempo imprevisível”, acrescentou Virmond. “Esses reflexos jamais serão extirpados seja dos advogados, seja do Brasil”.

O ex-presidente da OAB Paraná também rememorou o brilhantismo do então presidente do Conselho Federal, Raymundo Faoro. “Sua importância vai além da própria classe” elogiou Virmond.

Memória

Na VII Conferência, em 1978, Virmond enalteceu a importância da democracia e da liberdade. “O Estado de Direito é uma exigência da história em progressão; é antes de tudo a liberdade de cada um e a certeza e a confiança da possibilidade pensar e de realizar”.

Durante aquele evento, o então presidente da OAB Paraná também ressaltou a  importância da atuação dos advogados para a democracia: “No Brasil, nós juramos defender a Constituição. Essa é a missão que, pedindo um Estado de Direito para o povo brasileiro, destinatário do poder e das instituições, nós estamos exercendo”, afirmou.