OAB e CRM debatem criação desenfreada de cursos e outros temas comuns entre as duas instituições

O presidente da OAB Paraná, Cássio Telles, recebeu nesta terça-feira (15) o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná, Roberto Issamu Yoshida. Temas afins entre as duas instituições, como necessidade de exames de admissão para o exercício da profissão, estudos nas áreas de perícia médica, responsabilidade civil, planos de saúde e direito do consumidor, entre outros, foram abordados durante a reunião.

Roberto Yoshida esteve acompanhado de membros da sua diretoria e dos advogados Martim Afonso Palma e Antonio Celso Cavalcanti de Albuquerque, que são advogados do CRM. Martim Palma é também presidente da 2ª Turma do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB Paraná.

Um dos assuntos foi a criação desenfreada de cursos de medicina, um drama também vivenciado pela advocacia, com o número exorbitante de cursos de Direito e a consequente queda no nível do ensino. “Na medicina, não há exame de admissão para a carreira. Eles estão trabalhando para ter algo semelhante ao Exame de Ordem, pois também consideram necessário que haja essa prova de aptidão para o início da profissão. Entendemos que tanto a advocacia como a medicina lidam com a vida das pessoas”, relatou o presidente da seccional.

Os representantes das duas instituições também conversaram sobre questões de direito médico e sobre acompanhamento de perícias, que é um ato médico, mas também tem a sua função processual. “Esse é um ponto que às vezes gera uma tensão. Vamos procurar debater o tema de maneira a proteger as prerrogativas do médico e as prerrogativas da advocacia”, disse Cássio Telles.

Também serão desenvolvidos estudos em conjunto, como na área de responsabilidade civil. Há, inclusive, uma obra publicada pela Comissão de Responsabilidade Civil que levantou dados sobre as ações envolvendo erro médico, direito à saúde e planos de saúde.  “Estabelecemos um diálogo muito importante, no sentindo da afirmação do papel da OAB e do CRM como grandes entidades representativas da sociedade civil, que lutam pelo combate à corrupção, pela democracia e pela efetivação dos valores constitucionais para melhoria das condições de vida da população”, destacou Telles