Paraná integra evento especial sobre reparação da escravidão negra no Brasil e trabalho escravo contemporâneo

A OAB Paraná esteve presente na manhã desta terça-feira (28) nos debates do evento especial sobre reparação da escravidão negra no Brasil e trabalho escravo contemporâneo. O painel segue até o final do dia, com as presenças da presidente da Comissão de Igualdade Racial da seccional e vice-presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil, Silvana Niemczewski, e de dirigentes de comissões de outras seccionais, além do presidente da Comissão Nacional da Verdade da Escravidão Negra no Brasil do Conselho Federal, Humberto Adami.

A mesa de debates contará com a presença do juiz sergipano Roberto Caldas, da Corte Interamericana de Direitos Humanos. Caldas participou da sentença do caso a Fazenda Brasil Verde, que condenou o Estado brasileiro por trabalho escravo em uma fazenda particular do Pará, entre os anos 1980 e 2000.

O painel foi aberto às 9h40 pelo vice-presidente da OAB Nacional, Luís Cláudio Chaves. Ao saudar os presentes, Chaves destacou o trabalho realizado pelas comissões estaduais e federal. “É preciso resgatar a história e demonstrar os equívocos cometidos para reparar o tratamento desigual das minorias. O trabalho da comissão é essencial. Apenas conhecendo nossa história poderemos pensar o futuro do país”, afirmou,

“A escravidão negra é contemporânea, ela persiste até os dias de hoje. Sabemos que no país temos muitos trabalhos análogos ao escravo. E é inaceitável também as mulheres ganharem um salário inferior ao do homem, assim como o negro estar ganhando um salário inferior que o do homem branco. Hoje iremos propor algumas propostas afirmativas para que todo o Brasil entenda que é inaceitável ter o trabalho escravo”, afirmou Silvana.

A presidente da Comissão de Igualdade Racial lembrou que o Brasil tem a segunda maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria. “Temos trabalho análogo ao escravo em fazendas e multinacionais”, disse. “É difícil para o negro no Brasil, que hoje é maioria, não saber da sua história e seus direitos. Temos que dar um basta nisso. Somos um só povo, um só Brasil, e queremos o melhor para todos”, sustentou Silvana.